Conferência discute trabalho escravo em Mato Grosso
A Conferência Estadual pelo Trabalho Decente discutiu, hoje (15) de manhã, o combate ao trabalho escravo. Participaram da mesa de discussões representantes da Organização Internacional do Trabalho (OIT), do governo do Estado, da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), do Conselho Estadual de Erradicação do Trabalho Escravo (Coetrae) e da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado de Mato Grosso (Fetagri). O evento ocorre até amanhã, no Cenarium Rural, em Cuiabá.
O superintendente regional do Trabalho e Emprego, Valdiney Antônio de Arruda, coordenou o debate durante toda a manhã. Ele destacou a sensibilização e mobilização de movimentos sociais e a participação de representantes do governo, de empregadores e trabalhadores no evento. “A presença de todos demonstra que estamos empenhados em solucionar este problema”, afirmou.
A diretora do escritório da OIT no Brasil, Laís Abramo, falou sobre a necessidade de elaborar um diagnóstico e, a partir dele, definir ações para combater o trabalho escravo. “É preciso definir prioridades, os resultados pretendidos e as linhas de ação para que estes resultados sejam alcançados. Nesse sentido, a realização da Conferência é de fundamental importância”, frisou.
Para o secretário geral da CUT, Quintino Severo, é preciso unidade e trabalho em conjunto para que o trabalho decente seja realidade. “Nós intensificaremos, cada vez mais, as campanhas e a mobilização dos trabalhadores para que este tema tão importante não seja só discutido, mas praticado”, disse.
Também participaram do evento o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), Gilmar Soares Ferreira; o presidente da CUT/MT, Júlio Cesar Viana; e o diretor executivo do Instituto Algodão Social (IAS) da Associação Mato-grossense de Produtores de Algodão (Ampa), Félix Balaniuc; entre outras autoridades e representantes de diversas entidades ligadas ao setor.
Responsabilidade social – O diretor executivo do IAS falou sobre a contribuição da Associação para a implementação da Agenda do Trabalho Decente no Estado. “Em nossa área de atuação não há mais casos de trabalho escravo ou infantil”, exemplificou, “destacando que a Ampa não está fazendo discurso, está mostrando o que é possível fazer”.
Entre as ações desenvolvidas pela entidade, está a criação do IAS. “Este é o ‘braço direito’ da Associação para orientar os produtores e os trabalhadores sobre os direitos e deveres de cada um, além de desenvolver ações positivas de capacitação, por exemplo”, acrescentou o diretor.
De acordo com o diretor, ainda há trabalho a ser feito. “Acreditamos que nos próximos dois ou três anos, o aperfeiçoamento nas relações de trabalho no campo deve atingir o ideal. A cada safra, verificamos mudanças de pensamento e no cumprimento das normas padrão por parte dos produtores”, complementou.
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