Defesa Civil alerta para os perigos da Dengue
O Estado de Mato Grosso vem enfrentando nos últimos meses, um grande número de registros de caso de dengue. De janeiro até abril foram mais de seis mil casos notificados, um dado muito preocupante, pois cerca de 6% desse número são de Febre Hemorrágica de Dengue (FHD) que é mais letal que a Dengue Clássica, pois pode causar a morte da pessoa infectada, caso não receba o tratamento adequado em tempo hábil.
A dengue é uma doença infecciosa viral aguda e febril, que afeta principalmente os países tropicais e, conforme a proporção com que afeta a comunidade, pode se tornar um desastre humano de natureza biológica (CODAR-HB.VDE/CODAR 23.101).
Notadamente em períodos chuvosos o mosquito se prolifera com mais facilidade, aumentando assim o risco de infecção na população, motivo de grande preocupação dos órgãos de saúde de todos os níveis de governo.
Cada município é responsável por promover as medidas preventivas, de controle e de combate em casos de epidemia e, quando ele não consegue fazer o enfrentamento de forma consistente, o Estado entra com a sua estrutura e passa a atuar de forma suplementar às ações do município. O Governo Federal, através do Programa Brasil Unido Contra a Dengue, do Ministério da Saúde, tem colaborado com os Estados e municípios afetados por tal evento, com o aporte de recursos financeiros, de pessoal, de materiais e equipamentos, ampliando a capacidade de assistência à população afetada.
Cabe ressaltar a importância do município ter a sua Comissão Municipal de Defesa Civil (COMDEC) atuante, para poder monitorar os casos de dengue a fim de se avaliar se o cenário se tornou um desastre, e então decretar a Situação de Emergência (SE), se for o caso. E quando isso acontece, a Defesa Civil do Estado é acionada, articulando os meios e as estratégias para atender a demanda municipal, por meio das instituições que fazem parte do Sistema Estadual de Defesa Civil e da mobilização comunitária.
Em Cuiabá é onde se tem o maior número de registros de ocorrência de infecção, pois é a maior cidade do Estado. O aedes aegypti (mosquito transmissor da dengue) se prolifera com facilidade em áreas urbanas. Mas cidades de menor porte como Rosário Oeste por exemplo, foi preciso uma ação de emergência, pois o número de casos aumentou expressivamente.
Segundo o superintendente da Defesa Civil, Major BM Agnaldo Pereira de Souza, dentre todas as ações mitigadoras, as mais efetivas são a destruição dos criadouros e a eliminação dos mosquitos transmissores ainda na forma larvar. Para que isso aconteça requer um árduo trabalho, verdadeiro exercício de paciência e detalhes de investigação dos possíveis locais onde o mosquito encontra condições favoráveis para se reproduzir. Com o envolvimento e colaboração da população, é possível um controle eficaz da doença, estabelecendo a normalidade desejada.
É preciso ir de casa em casa, vistoriando e informando as pessoas dos riscos que elas estão correndo. A Defesa Civil conta com muitos parceiros nessas ações, sem eles isso seria impossível.
Nos casos mais extremos de agravo, pode ser usado o fumacê, mas esse método é a opção para se eliminar a fase adulta do mosquito e o seu uso ainda não é um consenso na comunidade científica, pois alguns entendem que a sua aplicação traz risco a saúde, mesmo assim, ele é bem eficaz, e mata de fato o aedes” disse o major afirmando que o fumacê foi aplicado em Rosário Oeste, e somado a outras medidas, pode-se observar que os números de casos reduziram.
Hoje, 15.04, será realizada uma reunião do Comitê Estadual Para Controle da Dengue, onde o ponto central da reunião será a apresentação da situação epidemiológica do agravo da Dengue em Mato Grosso e as ações que vem sendo desenvolvidas para evitar e prevenir o avanço. Fazem parte desse comitê, as Secretarias Estaduais de Saúde, Educação e Meio Ambiente, Casa Civil, Procuradoria Geral do Estado (PGE), Superintendência de Defesa Civil, e os parceiros FIEMT (Federação das Industrias no Estado de Mato Grosso), Exército Brasileiro, Funasa (Fundação Nacional de Saúde), Associação de Moradores de Bairros e outros órgãos.
Atenção
Vale lembrar que todos podemevitar que isso aconteça. “Por mais que se faça campanhas de prevenção, a população parece não estar atenta a isso. E a dengue não respeita limites de muros e outros obstáculos, por isso é muito importante que todos façam sua parte” complementou o major Pereira para deixar um alerta a população. E destacou os lugares mais prováveis de possíveis criadouros do aedes aegypti: objetos que acumulam água parada como vasos de plantas, reservatórios de água sem tampa, bebedouros de água, ralos e outros, como tampinhas de garrafa ou até casca de ovos, que enchem com a água da chuva e tornam-se ambientes propícios para o mosquito depositar seus ovos.
É importante evitar deixar esses lugares e objetos expostos, para não acumular água. E uma notícia boa é que com o fim do período de chuva, tende-se diminuir os números de infectados. Mas se essas recomendações não forem seguidas, quando voltar a chover, a proliferação pode ser desastrosa, pois o ovo do mosquito pode resistir por mais de um ano, aguardando o momento de eclodir e causar mais vítimas.
Defesa Civil
Atualmente a Defesa Civil faz parte da estrutura organizacional da SEMA (Secretaria Estadual de Meio Ambiente), mas dentro em breve será integrada à Casa Militar. O projeto de lei que a transfere daquela secretaria já foi aprovado pelo governador Blairo Maggi, e será encaminhado para ser votado na Assembléia Legislativa de Mato Grosso, o que deve acontecer até meados do mês de maio. “Essa possibilidade de transferência, não implica em mudança de doutrina ou política de Defesa Civil, o que vai ser muito bom, surgindo como oportunidade de crescimento institucional da Superintendência no seu objetivo de reduzir desastres, assim como ocorreu quando viemos para a SEMA em época anterior. Além disso estaremos mais próximo de onde são tomadas as decisões, facilitando assim o nosso acesso ao Governador, responsável maior pelas ações de Defesa Civil no Estado, ” encerrou Pereira.
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