Brasil está em 5º em ataques maliciosos na internet
O Brasil é um dos países que mais sofrem tentativas de crimes virtuais, e está em quinto lugar no ranking de ataques por meio de mensagens maliciosas, que incluem vírus, worms, cavalos de tróia e outras ameaças. Na América Latina, é o mais ameaçado pela ação de hackers.
Os dados foram divulgados nesta terça-feira (14) por uma empresa especializada em segurança na internet.
A advogada Lilian Oliveira paga todas as contas pela internet há vários anos, mas na semana passada foi vítima de um ataque virtual. “Passados um minuto e meio, dois minutos, a tela do computador se fechou. A internet se fechou totalmente. Eu achei estranho, tentei acessar de novo o site, mas já não estava dando acesso, estava dando problema”, conta. Ela ligou para o banco e descobriu que quase R$ 2 mil tinham sumido da conta.
Na década passada, as empresas que fazem programas de segurança para computadores primeiro precisavam ser informadas de uma ameaça, para depois desenvolverem uma proteção e oferecer aos clientes. Isso podia demorar alguns dias.
Nesta terça, o número de ataques na internet aumentou tanto que foi preciso criar um tipo de rede de contraespionagem virtual.
Isca
O gerente de segurança da empresa líder do setor, Paulo Vendramini, explica que, nos últimos dez anos, foram instalados 240 mil sensores de conteúdo em provedores de internet e nas redes de grandes usuários em 200 países. Foram abertas 2,5 milhões de contas de e-mail falsas, sem qualquer proteção, para servirem de iscas para mensagens contaminadas.
Essa rede monitora oito bilhões de mensagens por dia e analisa um terço de todo o tráfego mundial de informações digitais.
“A gente trabalha muito focado em pegar essas ameaças, tratar essas ameaças antes que o nosso cliente tenha contato com ela”, afirma Vendramini.
Informações coletadas por essa rede são divulgadas num relatório anual que coloca o Brasil em quinto lugar no ranking de países que mais recebem ou enviam mensagens maliciosas. Na América Latina, o Brasil é líder, com 34% dos ataques.
A informação mais alarmante do relatório aparece na comparação com outros anos. Em 2006, foram 140 mil tipos diferentes de ataques. No ano passado quase 12 vezes mais.
Novo perfil
O especialista explica que a figura do hacker mudou. Hoje, não são mais adolescentes querendo apenas chamar atenção. São quadrilhas que desenvolveram programas para criar armadilhas na rede.
“O crime organizado entendeu que os crimes digitais eram uma grande oportunidade para o retorno financeiro. É muito mais seguro que uma ação na rua como um roubo a banco ou alguma coisa assim”, explica Vendramini.
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