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Polícia Brasil
Terça - 14 de Abril de 2009 às 08:39
Por: Renâ Dióz

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Uma briga entre adolescentes numa escola pública de Cuiabá terminou com golpes de faca na manhã de ontem. No portão de saída da escola estadual Padre Ernesto Camilo Barreto, no bairro Jardim Paulista, o estudante R.J.R, de 14 anos, teve ombro e pulso feridos por uma faca de cozinha após ter “trombado” com o colega C.H.N.A, de 15 anos. Após a agressão, o menor infrator simplesmente devolveu a arma a um inspetor do colégio, que o encaminhou à Delegacia Especializada do Adolescente (D.E.A), onde ele ficou detido.

Embora os pais dos envolvidos neguem, o colégio possui histórico problemático de violência entre os alunos, informa um dos policiais militares que detiveram o agressor. Lá, conta o policial, grupos de garotos constantemente se enfrentam. Nestes casos, as brigas podem ser motivadas por simples esbarrões, como confessou o agressor, ou uma tola pisada de chinelo, como relatou a vítima, gerando ameaças entre os envolvidos. A DEA deve investigar as circunstâncias da ocorrência.

Foi a esse cenário que se referiu C.H.N.A ao justificar o ato de violência. No boletim de ocorrência (B.O), ele conta que “trombou” acidentalmente com a vítima, que o empurrou em seguida e o ameaçou – segundo o policial, R.J.R teria dito que conhecia a “galera” que poderia “acertar as contas” depois com C.H.N.A. A vítima mora no bairro Dom Aquino, na região conhecida como Aldeia, marcada pela violência travada entre diferentes gangues que dominam o bairro.

“Temendo por sua própria vida”, diz o B.O, o agressor foi à cozinha buscar a faca que usou sozinho contra a vítima ao fim da aula do período da manhã. Após esfaquear R.J.R de surpresa, por trás, correu e entregou a arma ao inspetor do colégio. O funcionário colocou os dois adolescentes em salas separadas, até que a vítima foi levada para atendimento médico no Pronto-Socorro de Cuiabá e a diretora informou o caso à polícia.

A mãe da vítima, Mariluce Paes de Barros, nega que o filho tenha ligação com qualquer uma das gangues que freqüentam a Aldeia. “Ele não vai pra festas, não sai. É de casa pra escola. Ele não anda com esse pessoal. A gente sabe que isso só dá confusão”, defende Mariluce. Já o pai do agressor, João Marques de Arruda, diz desconhecer qualquer ligação do filho com gangues ou alguma desavença com colegas de escola. Segundo o pai, C.H.N.A e R.J.R sequer se conheciam. “Ele nunca nem teve briga de colégio”, conta João.

A violência em colégios da Capital está assustadoramente cada vez mais comum. No mês passado, um confronto entre dois adolescentes apontados como integrantes de gangues do Dom Aquino quase terminou em tragédia em frente à Escola Santos Dumont, em Cuiabá. O jovem R.M., de 17 anos, tentou atirar contra E.K.D, de 15, no horário de entrada dos estudantes, mas o revólver utilizado não disparou. O motivo teria sido uma rixa entre gangues e envolvimento com drogas.





Fonte: Especial para o Diário de Cuiabá

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