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Internacional
Segunda - 13 de Abril de 2009 às 01:11

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Um confronto entre opositores do governo tailandês e o Exército do país feriu ao menos 68 pessoas, em Bancoc, na madrugada desta segunda-feira (noite de domingo no Brasil). Os opositores faziam uma manifestação pela renúncia do premiê, Abhisit Vejjajiva, em um dos principais cruzamentos da capital tailandesa, quando o confronto ocorreu. Bancoc e outras quatro Províncias tailandesas estão em estado de emergência.

O porta-voz do Exército tailandês, coronel Sunsern Kaewkumnerd, afirmou a uma rádio local que os soldados foram enviados ao local da manifestação com a missão de liberar o trânsito. Conforme o coronel, cerca de 400 soldados dispararam gás lacrimogêneo para dispersar os cerca de 300 manifestantes.

Um fotógrafo da agência de notícias France Presse, porém, afirmou que havia cerca de cem manifestantes e que viu soldados atirarem para o alto. Segundo a agência Associated Press, os soldados atiraram diversas vezes, com fuzis, e repórteres presenciaram o lançamento de ao menos uma bomba inflamável. Entre os feridos, dois estão em estado grave, conforme os serviços de urgência. Não há confirmação de mortes.

"Começamos com as medidas leves e, depois, passaremos para as severas. Evitaremos sacrificar vidas humanas, como o governo ordenou", disse o porta-voz militar.

No maior exemplo do caos que vive o país, outra manifestação, mais cedo, destruiu carros nos quais deveriam estar o premiê e seus assessores; e milhares de pessoas permanecem acampadas em frente ao gabinete do premiê, como forma de pressiona-lo a sair.

Nas últimas horas, tropas foram enviadas à área metropolitana de Bancoc e diversas partes da periferia. Elas ainda fecharam todos os acessos que levam ao Palácio Real. O porta-voz do Exército disse que os soldados ocupam atualmente 50 pontos-chave de Bancoc, incluindo estações de ônibus e trem.

Neste sábado (11), manifestantes invadiram o prédio do Ministério do Interior e roubaram dois carros blindados do Exército que estavam nas imediações de um centro comercial em Bancoc. Durante a invasão ao prédio do ministério, o primeiro-ministro foi ferido no braço por um objeto lançado pelos manifestantes.

O conflito de situação e oposição na Tailândia se acirrou ainda em 2008, quando partidários da Aliança pela Democracia (APD), ligada ao atual premiê, realizaram diversos protestos para conseguir derrubar dois governos de aliados do ex-premiê Thaksin Shinawatra, que havia sido deposto em 2006, sob acusações de corrupção, e fugido do país. Na época, a APD manteve os dois aeroportos de Bancoc fechados por cerca de uma semana.

Desta vez, são os aliados de Thaksin --representantes do meio rural tailandês chamados de "camisas vermelhas"-- que pedem a renúncia do atual premiê. Esses manifestantes afirmam que Vejjajiva não tem legitimidade para governar porque não foi eleito pelos tailandeses, mas sim escolhido pelo Parlamento do país.

Neste domingo, em discurso em vídeo, Thaksin incitou seus partidários a continuarem com a revolta. Ele disse ainda tratar-se de "um momento de ouro" para voltar a liderar o país --que, desde 1932, já passou por 18 golpes de Estado. "Quando for preciso, voltarei ao país."

Com agências internacionais




Fonte: Folha Online

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