Neldo Egon defende união entre pecuaristas e frigoríficos
“O que percebemos é que o setor produtivo tinha que estar participando mais do setor industrial. Hoje, deveria ser construída uma grande parceria entre setor produtivo e industrial, através de uma associação ou cooperativa, em que houvesse o comprometimento das partes e que tivesse as informações transparentes do negócio”, explicou em entrevista exclusiva ao Olhar Direto.
O secretário entende que ambos têm pontos de interesses distintos, porém, em momento de crise, é preciso haver diálogo e parceria, pois um depende do outro. “O produtor é um industrial da matéria prima. Ele produz a matéria prima e a indústria transforma a matéria prima. Então um não vive sem o outro”, argumenta.
O maior problema da crise é a falta de confiança dos pecuaristas nos frigoríficos, pois venderam o boi e não receberam, já a indústria sofre com a falta de crédito e o aumento do custo com a redução dos valores e elevação dos prazos.
“Hoje os bois não estão sendo abatidos por falta de créditos e os produtores não confiam mais nos frigoríficos, que não trabalham porque não têm boi e não conseguem crédito juntos as instituições financeiras”, explica.
O secretário conta que tem acompanhado desde o primeiro momento que começou a fechar as primeiras unidades de frigoríficos no Estado, que atualmente tem 15 plantas paradas e já gerou mais de 30 mil desempregos diretos e indiretos. Só que Neldo também admite que não acreditou que a crise chegaria ao ponto que está atualmente em Mato Grosso.
“Porém, não dá para achar os culpados somente no setor produtivo ou industrial. A coisa é bem mais ampla. Então para se achar uma solução, os dois prejudicados deveriam sentar e achar uma alternativa”, explicou.
Neldo Egon explica que a Secretaria tem buscado sensibilizar o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento no sentido de encontrar soluções para o setor. Ele já esteve em Brasília, onde se reuniu com o ministro Reinhold Stephanes e levou a preocupação, principalmente, do setor produtivo por estar sem mercado.
Outra reivindicação levada até o ministro é de que o governo Federal libere recursos para que as indústrias possam descontar a nota de crédito com o aval da indústria e não deles próprios.
No entanto, o secretário explica que a negociação em nível federal é mais financeira, portanto não depende tanto do ministro da Agricultura, mas da Fazenda e Casa Civil.
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