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Sexta - 10 de Abril de 2009 às 13:01

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A Oscip Instituto Creatio venceu a primeira fase do processo licitatório feito pela Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) para a prestação de serviços de assistência em saúde indígena. O próximo passo será a construção de um planejamento de ação, um trabalho conjunto entre o Instituto Creatio e a Funasa.

A licitação visa a contratação de profissionais para atuarem na prestação de serviços de saúde nas aldeias, em áreas como odontologia, nutrição e enfermagem, entre outras.

O Instituto Creatio foi criado em Mato Grosso há 11 anos. Um de suas primeiras atividades foi a organização, em 1998, da Conferência das Américas para a Carta da Terra, evento da Organização das Nações Unidas e um dos desdobramentos da Rio 92.

O Creatio nas áreas de Meio Ambiente, Saúde, Gestão Pública e Privada, Agricultura Familiar, Ação Social, Educação e Comunicação Social. Ao todo, mais de 130 ações já foram desenvolvidas ou estão em desenvolvimento por meio do Instituto, tanto em Mato Grosso como em outros estados. Hoje, o Creatio possui parcerias que atendem 13 municípios mato-grossenses e também nas cidades paranaenses de Pato Bragado, Quatro Pontes e Entre Rios do Oeste, e em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.

A Oscip já atua na saúde indígena, através da parceria com o município de Santo Antônio de Leverger, sendo responsável pela contratação de profissionais de saúde - enfermeiros, nutricionistas, técnicos e auxiliares de enfermagem, entre outros – que atendem a 16 municípios e 10 etnias no Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Cuiabá.

Entre os resultados positivos da atuação nesta região, está a implantação do SISVAN (Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional), um programa da Funasa que está garantindo o monitoramento do estado nutricional das crianças indígenas residentes em cidades como Barão do Melgaço, Brasnorte, Campo Novo do Paresis, Diamantino e Nobres, entre outras. São beneficiadas crianças das etnias Bakairi, Enawene Nawe, Irantxe, Myky, Nambiquara, Paresi, Bororo, Chiquitano, Guató e Umutina. A ação é realizada em parceria, por meio de profissionais do Instituto Creatio, Opan (Operação Amazônia Nativa), Fundação Uniselva, ligada à UFMT, e a Associação Halitinã, da etnia Paresi.

O Instituto Creatio também é responsável pela contratação de funcionários para atuar na Casai (Casa de Saúde do Índio), em Cuiabá e Rondonópolis, entre eles enfermeiros, técnicos de enfermagem, operadores de rádio e motoristas. Para o coordenador do Núcleo Indígena do Instituto Creatio, Marcos Costa, o resultado positivo na licitação da Funasa é um reconhecimento ao trabalho já realizado pelo Instituto, que o habilitou a expandir sua atuação neste setor.

Ele explica que o Núcleo Indígena do Instituto Creatio tem como objetivo construir estratégias que possibilitem aos indígenas assumir papel participativo na melhoria de sua qualidade de vida. Para isso, serão propostas ações nas mais diversas áreas, levando à comunidade indígena a capacitação necessária para obter acesso às políticas públicas. “Queremos que as comunidades sejam agentes de sua própria história, tomando para si a gestão dos processos, tanto na área de saúde como na agricultura familiar, na cultura etc.”, explicou ele.

Entre as lideranças indígenas, as expectativas quanto à atuação do Núcleo Indígena são positivas. O vice-presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena, Vanildo Ariabô, da etnia Umutina, destacou a atuação do Creatio junto ao povo indígena, não somente na saúde, mas também no apoio às iniciativas culturais, tais como o grupo teatral Nação Nativa, o qual Ariabô integra. Em relação à saúde, ele comenta que as contratações feitas pelo Instituto Creatio supriram as necessidades das comunidades indígenas da região de Santo Antônio, prefeitura com a qual o Instituto mantém convênio. “Eles contrataram os profissionais de saúde e com isso o atendimento melhorou. Na minha opinião, o Creatio é o mais qualificado para cuidar da questão da saúde indígena”.

Outra opinião favorável vem do técnico de enfermagem indígena Cecílio Bororo, que atua na Casai. Para ele, o Creatio tem credibilidade e respeitabilidade. “Eles estão sempre presentes aqui na Casai acompanhando o andamento das coisas, compraram fogão industrial, geladeira, mesa inox. Hoje temos tudo isso”, comenta ele, que há 21 anos trabalha na Casai, por onde passam em média 60 pacientes e acompanhantes por mês. “Se o Creatio assumir a saúde indígena, as coisas vão andar. Gostaria muito que isso acontecesse”.




Fonte: Da Assessoria

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