Estudo aponta problemas mais graves do trabalho em Mato Grosso
A Superintendência Regional do Trabalho e Emprego – SRTE/MT vai lançar nesta quinta (09), às 9h, na Rua São Joaquim, nº 345, Porto, em Cuiabá, o “Diagnóstico do Mundo do Trabalho em Mato Grosso”. O documento, que traz informações estatísticas sobre acidentes do trabalho e trabalhos escravo e infantil, foi elaborado para servir de base às discussões da Conferência Estadual do Trabalho Decente, que será realizada na próxima semana, nos dias 14, 15 e 16 de abril, no Cenarium Rural, na capital.
Foram responsáveis pelo estudo, além de auditores-fiscais integrantes da Coordenação Rural, do Núcleo de Proteção e Erradicação do Trabalho Infantil e do Núcleo de Segurança e Saúde no Trabalho da SRTE/MT, participantes do Núcleo de Pesquisas Econômicas da Universidade Federal de Mato Grosso, sob a coordenação do professor José Manuel Carvalho Marta.
De acordo com Valdiney Antônio de Arruda, Superintendente Regional do Trabalho e Emprego no Mato Grosso, é a partir dos dados levantados em cada uma das áreas consideradas mais urgentes que serão implementadas políticas públicas buscando a solução dos problemas. “No caso do trabalho escravo, que é um dos eixos para implantação da agenda do trabalho decente em Mato Grosso, um perfil presente no diagnóstico permitiu conhecer quem é o trabalhador resgatado: ele não só mora como nasceu em Mato Grosso, tem em geral entre 20 e 30 anos e já completou o primário”, disse.
Para Valdiney, a análise dos dados serviu para derrubar mitos, como o de que a maior parte dos libertados vem do Nordeste e é analfabeta, e possibilitar o planejamento para realização de cursos de qualificação profissional, a fim de que tais trabalhadores não mais se submetam a situações de cerceamento de liberdade e degradância. “Ao ser resgatado, o trabalhador tem direito a três parcelas de seguro-desemprego. A lei que prevê a concessão do benefício estabelece que é dever do poder público promover sua qualificação e recolocação profissionais. Para tanto, está sendo construída uma ação interinstitucional, que tem como principais parceiros a Secretaria de Trabalho, Emprego, Cidadania e Assistência Social - Setecs, empresas privadas e o Ministério Público do Trabalho - MPT, que oferecerá oportunidades de cursos e empregos aos egressos do trabalho análogo ao escravo”, afirmou.
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