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Economia
Quarta - 08 de Abril de 2009 às 13:28
Por: Eduardo Cucolo

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Como antecipado pela Folha, o novo presidente do Banco do Brasil será Aldemir Bendine, 45, que assume o cargo no dia 23 de abril. Funcionário de carreira e ligado ao PT, Bendine ficará no lugar de Antônio Francisco de Lima Neto e terá o compromisso de aumentar o volume de crédito do banco e reduzir o "spread" e os juros bancários.

O ministro Guido Mantega (Fazenda) oficializou no início da tarde desta quarta-feira a troca no comando do Banco do Brasil.

"O Aldemir Bendine assume com um contrato de gestão em que vai se comprometer a agilizar a liberação de crédito, concorrer com os grandes bancos e incorporar novos clientes, aproveitando essa vantagem que tem o Brasil em relação a outros países", disse Mantega.

"Vamos perseguir metas de volume de crédito, ganhar 'market share' [espaço no mercado] em relação aos outros bancos. Para isso, você tem de continuar o que está fazendo, que é baixar as taxas de juros", disse o ministro.

Mantega afirmou que Lima Neto já havia pedido para deixar o cargo há algumas semanas. Ele irá agora assumir outro cargo dentro do BB. Afirmou também que não está sendo cogitada nenhuma mudança na Caixa Econômica Federal.

Lima Neto, por sua vez, negou que tenha sido pressionado para deixar o comando da instituição. "Não houve pressão. Terminamos um ciclo", disse Lima Neto.

O ministro também negou que haja motivação política na troca. "Não se pode falar em ingerência política. O maior acionista é o governo. Os critérios são os mesmos de quando eu escolhi o Lima Neto, por suas qualidade e aptidões."

Juros altos

O anúncio da mudança, relacionada à queda nos juros cobrados pela instituição, provocou baixa nas ações do BB negociadas na Bolsa. O ministro afirmou que "os acionistas podem ficar tranqüilos, pois a instituição vai continuar dando lucro.

"Vamos aumentar os volumes de crédito, mas dentro dos padrões de segurança. Acho que somos às vezes até mais rigorosos do que o setor privado. Vamos manter essas práticas de segurança, porém vamos aumentar o crédito e disputar com os outros bancos para ver se nós baixamos o spread no país. O banco vai ganhar com um volume maior de crédito."

O novo presidente do BB afirmou que não possui vinculação com nenhum partido político. "Não sou filiado ao PT e não tenho nenhuma vinculação partidária."

Ele disse também que irá trabalhar para acelerar a queda dos juros praticados pela instituição. "Quanto à questão dos juros, isso é algo estabelecido. Vamos combater, com a queda do spread e o aumento do volume", disse o novo presidente do BB.

Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu fazer a troca porque estava insatisfeito com o trabalho de Lima Neto, que assumiu o cargo em dezembro de 2006. Lula vem pressionando as diretorias do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal desde o ano passado para reduzir juros e o "spread" bancário --diferença entre o custo de captação do dinheiro e a taxa cobrada nos empréstimos aos clientes.

Hoje, Lula disse que a queda dos juros é sua "obsessão" e que isso pode ter influenciado a troca no BB.

"A redução do 'spread' bancário, neste momento, é uma obsessão. O Guido Mantega [ministro da Fazenda] sabe disso, o Banco do Brasil e a Caixa sabem disso", afirmou Lula. "Não há nenhuma necessidade de o 'spread' bancário ter subido tanto no Brasil de julho pra cá. Estamos numa fase em que o Banco Central e a Fazenda estão estudando isso e, obviamente, quem tem bancos públicos, como tem o Brasil, pode começar essa tarefa de reduzir as taxas."





Fonte: Folha Onl

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