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Sexta - 20 de Dezembro de 2013 às 20:42
Por: Carolina Holland

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Mato Grosso é o oitavo estado do país em número de mortes violentas entre jovens do sexo masculino de 15 a 24 anos de idade. Entre as mulheres da mesma faixa etária, o estado aparece em sexto lugar na lista. Os percentuais são, respectivamente, 74,1% e 41,6%. Os dados são referentes ao ano de 2012 e constam do levantamento Estatísticas do Registro Civil do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado nesta sexta-feira (20).


 
Os números de Mato Grosso estão acima da média nacional, que é de 69,5% para homens e 36% para as mulheres. Os três estados que lideram o ranking brasileiro na proporção de morte violenta entre o sexo masculino são do Nordeste: Sergipe (80,7%), Bahia (78,3%) e Alagoas (77,7%). Entre as mulheres, os que mais registraram casos foram Espírito Santo (47%), Tocantins (45,9%) e Goiás (45,4%).



 
O estado também lidera as mortes violentas de jovens do sexo masculino no Centro-Oeste. O Distrito Federal tem índice de 72,5%, o de Mato Grosso do Sul é 68,8% e, em Goiás, a proporção é de 64,9%. Entre as mulheres, a liderança é de Goiás (45,4%), seguida de Mato Grosso (41,6%), Distrito Federal (38,6%) e Mato Grosso do Sul (32,2%).


 
Para o doutor em educação Marcelo Fronza, que dá aula na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), não é possível apontar uma causa específica para o alto índice de mortes violentas, mas algumas hipóteses devem ser consideradas. Entre elas, a falta de ações eficientes por parte do estado.


 
“É preciso uma reforma total das políticas públicas atuais para essa faixa etária. E, para começar, é preciso ouvir os jovens, saber o que eles têm a dizer e, com isso, tentar descobrir as possíveis soluções para esse problema. Aliás, isso também vale para educadores, que precisam se reeducar para aprender a ouvir”, disse Fronza.


 
Outro fator que deve ser levado em conta, segundo o doutor, é o processo de reestruturação familiar pelo qual passa a sociedade. “Muitas vezes, a família não é mais composta por pai e mãe, e as crianças são criadas por pessoas que nem são familiares diretos. Isso dificulta um pouco a construção de referência para os jovens. Ao invés de ser um pai ou uma mãe trabalhadores, acaba sendo um líder violento do tráfico, por exemplo”, afirmou.


 
Fronza também abordou o apelo de consumo sofrido pelos jovens, que são estimulados a ter itens como carros e roupas caros. “Alguns deles, por não terem recursos, vão para caminhos que eles consideram mais fáceis, como o crime, a fim de conseguir comprar o que querem”, explica. A abordagem policial também é citada. “Infelizmente, muitos jovens negros ainda sofrem mais violência por parte de policiais do que os brancos”, declarou.




Fonte: Do G1 MT

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