Tremor deixa 70 mortos e 100 mil desabrigados na Itália
O terremoto que atingiu nesta segunda-feira a cidade de L'Aquila, a 110 km de Roma, capital da Itália, deixou ao menos 70 pessoas mortas e 100 mil desabrigadas, de acordo com a Defesa Civil. As agências de notícias Associated Press e Reuters afirmaram que o número de mortos ultrapassa 90.
O primeiro-ministro, Silvio Berlusconi, declarou estado de emergência, cancelou uma viagem que faria a Rússia, e já começou a pedir recursos federais para ajudar as vítimas do desastre.
Cerca de 15 mil prédios no entorno do centro da Itália foram destruídos e, segundo o porta-voz do Parlamento, Gianfranco Fini, as "cidades estão virtualmente destruídas". O terremoto atingiu 26 cidades no entorno da região. Castelnuovo, a 25 quilômetros ao sul de L'Aquila, foi uma das mais atingidas.
A magnitude do terremoto está sendo contestada pelas autoridades. Segundo o Centro de Pesquisas Geológicas da Itália, o tremor atingiu 6,3 graus na escala Richter, enquanto o Instituto Nacional de Geofísica do país afirma que foi 5,8 graus da escala Ritcher. O tremor atingiu o centro da Itália às 3h32 desta segunda-feira --22h32 deste domingo (5) no horário de Brasília.
De acordo com a escala Ritcher, os tremores entre 5,5 e 6,0 ocasionam pequenos danos em edificações. Entre 6,1 e 6,9 podem causar danos graves em regiões muito populosas.
A última tragédia dessa magnitude atingiu a a Itália em 31 de outubro de 2002. O tremor, de 5,9 graus, atingiu Campobasso, no centro-sul da Itália, e deixou 30 mortos, a maioria crianças, em San Giuliano di Puglia.
O ministro do Interior, Roberto Maroni, chegou nesta segunda-feira na cidade de L'Aquila, para acompanhar o trabalho de buscas. Centenas de pessoas podem estar soterradas nos escombros.
Repercussão
Na turquia, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama e o presidente turco Abdullah Gul mandaram condolências. Na cidade de L'Aquila, moradores ajudam as equipes de bombeiro nos trabalhos de resgate das vítimas em meio as ruínas e cinzas. Centenas de ambulâncias estão nas ruas e as equipes de resgate usam cães farejadores à procura de sobreviventes.
Autoridades forçaram as buscas em um dos prédios atingidos pelo terremoto onde há suspeitas que dezenas de estudantes podem estar soterrados. Nas ruas, centenas de pessoas choram enquanto procuram por familiares desaparecidos.
"Eu estava com outros estudantes quando nós ouvimos o barulho,sentimos as escadas tremerem e o teto caiu", afirmou a universitária Luigi Alfonsi, 22, sobrevivente da tragédia. Alguns hospitais da cidade também tiveram que ser esvaziados devido ao risco de desabamento e apenas dois centros médicos atendem os feridos.
Vários feridos fazem filas enquanto aguardam atendimento nas ruas. O ministro da Saúde, Maurizio Sacconi, pediu aos italianos para doarem sangue. Vários prédios antigos da cidade de L'Aquila foram atingidos e a prefeitura afirmou que o centro histórico foi destruído e interditado.
Destruição
A agência de notícias Ansa informou que a catedral de L'Aquila e algumas igrejas históricas foram destruídas. Nas ruas, os moradores estão em estado de pânico e alguns tentam retirar os pertences antes de abandonar as casas. "Nós conseguimos sair de casa antes do tremor. Acordamos rapidamente e conseguimos fugir ainda de pijama", disse o morador Antonio D'Ostilio, 22, sobrevivente da tragédia.
Segundo o porta-voz da Defesa Civil, Agostino Miozzo, o objetivo do governo é garantir aos desabrigados uma moradia temporária ao menos para a noite desta segunda-feira. Para isso, estádios e escolas da região sendo preparados para receber as famílias. "Nós acreditamos que centenas de pessoas deverão receber ajuda nas próximas semanas e nos próximos meses. Nosso objetivo principal é montar o atendimento para a noite desta segunda-feira", disse Miozzo para a rede de TV Sky Italia.
Um estudante grego está desaparecido nos escombros e outro foi ferido. A embaixada do país já ofereceu ajuda às vítimas e a embaixada israelense em Roma também se prontificou a ajudar no resgate. A entidade afirmou que tenta contato com as pessoas que ainda não entraram em contato com os familiares. Não há informações sobre o número de vítimas.
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