Casos de dengue caem 28,6% no Brasil
Para o Ministério da Saúde, mobilização deve ser mantida em todo o país e intensificada nos estados com situação mais preocupante
O novo balanço parcial de casos de dengue, divulgado hoje (3/4) pelo Ministério da Saúde, aponta que nas dez primeiras semanas deste ano foram notificados 114.355 casos da doença, representando uma queda de 28,6% em relação ao mesmo período de 2008, quando 160.137 pessoas foram vítimas do mosquito Aedes aegypti. Esses dados referem-se às notificações informadas até o dia 7 de março.
Nas dez primeiras semanas, houve se redução no número de casos da doença em 19 estados e no Distrito Federal. Ocorreu aumento de notificações em sete estados: Bahia, Acre, Roraima, Amapá, Minas Gerais, Espírito Santo e Mato Grosso do Sul (veja tabela). Nesses estados, há alta transmissão da doença nos municípios de Jequié (BA); Vila Velha, Serra, Nova Venécia e Vitória (ES); Belo Horizonte e Coronel Fabriciano (MG); Rio Branco (AC); Boa Vista (RR); e Macapá (AP).
Embora os dados preliminares sejam positivos, o coordenador do Programa Nacional de Controle da Dengue, Giovanini Coelho, alerta que as informações devem ser avaliadas com cautela e que a mobilização deve ser intensificada nos estados e municípios com situação mais preocupante. “Há seis estados com aumento de casos, o que confirma a necessidade de intensificação das ações de controle. Mesmo nos estados e municípios onde verificamos redução, a mobilização deve ser mantida e reforçada, quando necessário”.
O boletim preliminar do Ministério da Saúde informa ainda que, até a 10ª semana de 2009, foram registrados 235 casos de Febre Hemorrágica de Dengue (FHD), com 16 óbitos. De acordo com o boletim parcial, cinco estados concentram 72% dos casos de FHD: Bahia (30%), Espírito Santo (15,8%), Mato Grosso (11,5%), Roraima (9%) e Minas Gerais (6%). Quanto aos casos de Dengue com Complicação (DCC), houve 368 notificações com sete mortes no período avaliado.
REGIÕES – Acompanhando a tendência nacional, todas as regiões registraram queda no número de casos. Em ordem decrescente, os percentuais de redução foram de -45,68% no Sudeste, -35,48% no Sul, -25,09% no Norte, -12,78% no Centro-Oeste e de -4,75% no Nordeste. Na análise por estados, os maiores percentuais de redução ocorreram no Rio Grande do Norte (-92,40%), Rio de Janeiro (-90,83%), Paraíba (-87,25%) e Amazonas (-82,53%).
“Como ainda estamos no período de transmissão da doença em vários estados, especialmente das regiões Centro-Oeste, Sudeste, Sul e parte do Nordeste, a exemplo da Bahia, não há motivo para baixar a guarda. Pelo contrário, a dengue é uma doença que exige mobilização e ações de controle durante todo o ano todo”, reforça Giovanini Coelho.
Com relação ao estado do Rio de Janeiro, mesmo com expressiva redução de notificações, o alerta contra a doença deve ser mantido por conta da alta densidade populacional, das condições climáticas favoráveis à multiplicação do mosquito transmissor da dengue e do grande fluxo de turistas.
MOBILIZAÇÃO – A mobilização para evitar um agravamento do quadro de dengue em 2009 foi intensificada pelo Ministério da Saúde em outubro do ano passado, meses antes do início do período de maior transmissão da doença, que vai de janeiro a maio. É neste intervalo que ocorrem aproximadamente 70% das notificações.
Na ocasião, foi anunciado o aumento de recursos para estados e municípios, que elevou para R$ 1,08 bilhão a verba para o combate à doença e a compra e distribuição aos estados de 270 nebulizadores costais motorizados, 200 veículos Kombi, 100 motocicletas, 40 veículos pick-up e 30 pulverizadores costais motorizados.
Em parceria com o Ministério da Defesa, 2.300 militares foram colocados à disposição para o combate à dengue e atendimento a pacientes. Já a parceria com o Ministério da Educação permitiu levar informação a estudantes e professores, como o filmete “Vila Saúde”, que está sendo veiculado para alunos do ensino básico.
O ministro José Gomes Temporão manteve intensa agenda com os gestores nos estados e municípios — especialmente para alertar contra uma eventual desmobilização e interrupção das ações de controle no período de transição de prefeitos e equipes após as eleições municipais. O Ministério da Saúde também lançou uma nova campanha de mídia sobre a prevenção da doença e anunciou os resultados do Levantamento Rápido de Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) com o objetivo de lançar o alerta nacional de reforço de ações em áreas críticas, entre outras ações.
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