Chuva atrasa a colheita de soja em Mato Grosso
A chuva atrasa a colheita de soja em Mato Grosso. No sudoeste do Estado, o excesso de umidade compromete a qualidade dos grãos.
Há dez dias o agricultor Darci Rambo tenta terminar a colheita de soja, mas a chuva não deixa. “Depois que chove, não abre. Se dá uma pancada de chuva e abre o sol, consegue-se colher. Mas tem muitos dias em que não abre mais o tempo”, disse.
Para os produtores de Mato Grosso, o ano de 2009 foi um ano atípico. Em janeiro, a preocupação era a seca que prejudicou a produtividade em algumas regiões do Estado. Depois, vieram as chuvas de março em volume maior do que o esperado.
“O mato também vem e dificulta a colheita. A máquina joga fora e vai complicando”, falou Adriano Marcelo Nora, agrônomo.
O atraso na colheita por causa da chuva causa preocupação em relação aos grãos ardidos, que passam por um processo de fermentação e perdem a qualidade. Uma área da região, por exemplo, já deveria ter sido colhida há cerca de 20 dias. E a cada dia de espera aumenta o prejuízo.
Com o excesso de umidade alguns grãos começam a brotar. Outros apodrecem. Para acelerar a colheita nos poucos períodos de sol, produtores do sudoeste de Mato Grosso estão se organizando em mutirões.
O agricultor Valdecir Cirino terminou de colher. Agora, as três máquinas estão à disposição do vizinho. “Temos que ajudar os companheiros. Uma situação dessas não é fácil”, explicou.
O problema vai parar no armazém. A soja que chega nesta época tem umidade acima da média, o que aumenta os custos para empresários e produtores.
“Existem alguns padrões pré-determinados de avariados tolerados, de até 8%. Todo percentual acima disso é descontado. A indústria desconta do produtor”, falou José Peres Generoso, gerente do armazém.
A chuva constante também prejudica a colheita em Goiás e no norte de Mato Grosso do Sul.
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