Algodão guardado em Mato Grosso a espera de negócios
Os produtores de algodão do sul de Mato Grosso estão preocupados com a próxima safra. Parte da última colheita ainda permanece estocada nas propriedades.
Aos poucos as flores e maçãs do algodão começam a surgir. É de onde sairão as plumas que deverão ser colhidas em junho. Elton Emanuelli é gerente da fazenda que fica no município de Pedra Preta, no sul de Mato Grosso. Ele contou que o que deve sair do campo já tem comprador.
A produção desta e das últimas duas safras foi acertada por meio de um contrato antecipado. Segundo Elton, o valor não cobre os custos. “A nossa empresa praticamente finalizou esses contratos e nós estamos abertos para a próxima safra. O mercado das várias commodities é que vai reger nossa programação de culturas para a próxima safra”, disse.
Na Bolsa de Nova York, onde o produto é negociado, o preço caiu 60% de um ano para cá. No mesmo período o preço dos insumos subiu. O resultado é um desanimo geral no setor.
A área plantada com o algodão despencou no Brasil. Segundo a Conab, em todo o país a área caiu 20% nesta safra. Em Mato Grosso, o principal produtor, a redução foi maior, de 30%.
Além da safra menor, outro fator está tirando o sono dos produtores de algodão. Os clientes ainda não pagaram pelo produto comprado antecipadamente.
Cerca de 20% do algodão colhido no ano passado ainda continua estocado em uma propriedade. As empresas que firmaram contratos futuros optaram por adiar o recebimento da carga. A consequência é que o produtor ainda não teve 100% do retorno dos investimentos feitos ainda no ano de 2007.
Na venda antecipada, a empresa compradora paga os custos de estocagem e pode decidir quando quer receber o produto. Enquanto não decide, o produtor não recebe pelo algodão produzido nem pode vender o produto para outro cliente.
Segundo o seu Elton, nas últimas três safras, a arroba do algodão foi negociada por R$ 40,00.
Comentários