MEC quer definir troca do vestibular pelo Enem em algumas semanas
O Ministério da Educação pretende definir em cerca de duas semanas a substituição do vestibular pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) nas universidades federais.Segundo o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Reynaldo Fernandes, deve acontecer na próxima segunda-feira (6) uma nova reunião com a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). Como as universidades têm autonomia, elas podem decidir se adotam ou não o Enem no lugar do vestibular e, em caso positivo, em que momento.
O Ministério da Educação anunciou na terça-feira (31/04) uma nova proposta para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que substituiria o vestibular das 55 universidades federais e de instituições estaduais que adotarem a medida. Segundo o ministro Fernando Haddad, o exame teria 200 questões de múltipla escolha e uma redação e seria aplicado em dois dias. Atualmente, o Enem tem 63 questões e uma redação.
No novo formato, as questões seriam divididas em quatro grupos: linguagens (incluindo português, inglês e a redação), matemática, ciências humanas e ciências da natureza. No entanto, como a maior parte das universidades aplica vestibular duas vezes por ano, não se descarta a possibilidade de o Enem ser aplicado mais de uma vez no ano.
"Queremos ter isso definido em algumas semanas para poder comunicar à população se vai haver alguma mudança no Enem ou não", afirmou. De acordo com Fernandes, o Inep já está se preparando para fazer a mudança ainda neste ano.
Para Wanda Engel, superintendente executiva do Movimento Todos pela Educação, a substituição do vestibular pelo Enem é importante porque vai permitir a comparação no desempenho de um ano para o outro. "Há uma crítica de que, desta maneira, a autonomia das universidades fica comprometida. Mas, na verdade, o Enem irá dar um norte para o ensino médio, que é uma verdadeira babel."
Na avaliação de Carlos Alberto Serpa, presidente da Cesgranrio, o novo Enem, com a cobrança de mais conteúdos, contribuiria para reestruturar os currículos do ensino médio em todo o país.
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