Após prejuízo, TAM diz que focará corte de custo
Após o prejuízo de R$ 1,36 bilhão em 2008, a TAM pretende focar o corte de custos. Segundo o presidente da empresa, David Barioni, a mudança da sede administrativa para a avenida Paulista foi cancelada e a companhia negocia com agentes de viagens o fim do pagamento de comissões para voos internacionais. Os investimentos foram de R$ 800 milhões no ano passado. Para 2009, a previsão de R$ 245 milhões.
Segundo Barioni, a comissão em voos internacionais é da ordem de 10% em média. Nos domésticos, foi feita integração dos sistemas de vendas de bilhetes e a TAM parou de pagar a taxa.
Para Carlos Alberto Amorim Ferreira, presidente da Abav (Associação Brasileira de Agentes de Viagens), a mudança no sistema internacional é muito mais complexa: "Não gostaríamos que acontecesse a mudança. No mercado doméstico, após a integração de sistemas, os preços para o consumidor ficaram mais altos porque o valor do bilhete permaneceu o mesmo, acrescido da comissão do agente". Segundo Barioni, a mudança deixou claro quanto o consumidor paga de comissão.
Em 2008, a TAM previa efetuar redução de custos de 7%, mas, em razão do câmbio, o corte ficou em 4,3%. Os resultados foram afetados principalmente por efeitos contábeis concentrados no quarto trimestre, como o impacto da variação cambial em operações de arrendamento e o valor contábil de hedge (proteção) relacionado ao preço do petróleo.
Antes da crise, a companhia usou esses instrumentos para se prevenir de eventual escalada do preço do petróleo. A cotação do barril caiu e as operações passaram a ser sinônimo de custos mais elevados.
A TAM renegociou o vencimento dos contratos e os liquidará até o primeiro trimestre de 2011. O impacto contábil dessas operações é próximo de R$ 1 bilhão. O efeito no caixa vai depender do comportamento do preço do petróleo.
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