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Economia
Segunda - 30 de Março de 2009 às 13:31

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O Governo do Estado, a Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt) e a Empresa Pantanal Energia (EPE), que administra a Usina Governador Mário Covas (Termelétrica de Cuiabá) começaram a traçar alternativas junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Furnas, Ministério das Minas e Energia (MME), Petrobrás e a própria Bolívia para encontrar soluções que permitam a unidade retomar a geração de energia que completa 20 meses de paralisação em abril.

A suspensão no fornecimento de gás natural por parte da Bolívia aconteceu no dia 26 de agosto de 2007. O presidente da Fiemt, Mauro Mendes e o diretor comercial da EPE, Fábio Garcia se reuniram com o governador Blairo Maggi e apresentaram possíveis ações que restabeleçam a produção de energia. A unidade tem capacidade para gerar 480 megawatts (MW) por dia, energia esta que reforça o sistema integrado nacional e que deixou de existir desde o final do ano de 2007 e não foi mais reposto.

"Estamos analisando e definindo atuações, é o que podemos dizer neste momento para não prejudicarmos as negociações", disse Mauro Mendes, lembrando que as demais alternativas apontadas desde o início da crise são de longo prazo e alto custo, o que levaria a descompensação em relação ao preço praticado na comercialização da energia.

Fábio Garcia disse que a solução até o momento não é muito clara, mas existe um caminho e uma determinação muito fortes do governador Blairo Maggi em buscá-la aqui no Brasil dentro de uma negociação que envolve a Petrobrás. "Temos que construir uma solução sem depender diretamente da Bolívia, então estamos procurando a mesma aqui, entre os parceiros e o Governo Federal", explicou Garcia, reforçando a posição de que outras soluções como um novo gasoduto vindo da Amazônia ou mesmo a exploração da Bacia do Parecis que foi leiloado pela Petrobrás e somente nos próximos 7 anos se terá uma idéia do que será essa nova fonte de gás.

Mesmo não se posicionando oficialmente, o governador Blairo Maggi (PR) veria com bons olhos uma solução definitiva para o impasse, em vez de uma medida paliativa, e ela viria da Bacia do Parecis que demandaria investimentos da ordem de R$ 50 milhões e cerca de 200 quilômetros de gasoduto, uma viabilidade independente, mas que é complexa e exige um longo tempo para ser colocada em prática.

Mesmo não admitindo por uma questão de segurança, a idéia é retirar parte do fornecimento do gás enviado pela Bolívia para a Petrobrás e fornecê-lo para a Usina Mário Covas, que retornando ao funcionamento devolveria uma boa carga de energia elétrica ao sistema integrado nacional.

Diesel Tanto Mauro Mendes quando Fábio Garcia demonstraram a inviabilidade em se religar a EPE gerando energia através de óleo diesel, o que demandaria 2 milhões de metros cúbicos do líquido por dia a um preço que tornaria a venda da energia produzida inviável. "Apenas se fosse um caso de emergência que nós trabalharíamos no sentido de voltar a produzir energia com óleo diesel, pelo contrário essa hipótese está descartada", explicaram.

A Usina Mário Covas está instalada no Distrito Industrial de Cuiabá, as margens do Contorno Sul e é abastecida por um gasoduto construído pela então gigante americana Enron, que mais tarde comercializou sua subsidiária que passou a Empresa Pantanal Energia. Foram investidos mais de R$ 750 milhões na construção da unidade que já foi essencial para Mato Grosso estabilizar a energia elétrica enviada para o Norte do Estado.

Com a retomada das obras da Usina de Manso que levaram mais de duas décadas para serem concluídas, a demanda por energia se tornou superavitária, e o Estado passou então a enviar energia através do sistema integrado nacional de energia elétrica.

Nos últimos quatro anos, a crise política na Bolívia tornou instável a relação comercial do país com empresas brasileiras como a própria Petrobrás que acabou perdendo unidades de geração de energia elétrica e foi cortado o envio do gás para Mato Grosso.





Fonte: A Gazeta

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