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Saúde
Quinta - 26 de Março de 2009 às 13:36

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Uma pesquisa realizada por cientistas em Uganda e pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, sugere que a circuncisão pode ajudar a evitar um número maior de doenças sexualmente transmissíveis do que se acreditava antes.

O estudo, publicado na revista especializada New England Journal of Medicine, constatou que homens circuncidados têm menos risco de contrair herpes genital ou de serem infectados pelo papilomavírus humano, conhecido como HPV, que pode causar câncer do colo do útero em mulheres e verrugas nos órgãos genitais nos dois sexos.

Já é sabido que a circuncisão reduz drasticamente o risco de infecção pelo vírus HIV.

A pesquisa dos cientistas em Uganda envolveu cerca de 3,5 mil homens e monitorou suas atividades sexuais durante um período de até dois anos.

Os pesquisadores da Universidade Johns Hopkins descobriram que a circuncisão reduziu o risco de herpes em 25% e diminuiu em um terço o risco de contrair o papilomavírus humano.

"Estes novos dados devem levar a uma grande reavaliação do papel da circuncisão masculina não apenas na prevenção do vírus HIV, mas também na prevenção de outras infecções sexualmente transmissíveis", afirmaram Matthew Golden e Judith Wasserheit, da Universidade de Washington, no artigo publicado.

Pesquisas anteriores concluíram que a circuncisão também diminui o risco de infecção pelo HIV, o que levou a Organização Mundial de Saúde (OMS) a incluir o procedimento no seu pacote de recomendações para prevenção e combate à Aids no mundo.

Em queda

Os números de circuncisões realizadas nos Estados Unidos estão em queda, principalmente entre as populações hispânica e negra, grupos com as mais altas taxas de infecção por HIV, herpes e câncer do colo do útero.

Mas os pesquisadores esperam que os números apresentados no estudo levem a mudança da forma como os serviços de saúde aconselham pacientes e pais na questão da circuncisão.

"Todos os que cuidam da saúde de mulheres grávidas e bebês têm a responsabilidade de garantir que mães e pais saibam que a circuncisão poderá ajudar a proteger seus filhos das três doenças sexualmente transmissíveis mais comuns e mais graves, que atualmente não podem ser curadas", disse Wasserheit.

O câncer do colo do útero é a segunda causa mais comum de morte causada por câncer entre mulheres do mundo todo.

Ceticismo

Ainda não se sabe a razão de o prepúcio - a pele ao redor do pênis que é removida na operação de circuncisão - aumentar o risco de infecção por vários vírus.

Mas, pesquisas sugeriram que a umidade no pênis torna o homem mais vulnerável a vírus como o HIV, criando pequenas feridas por onde o vírus pode entrar.

No entanto, Colm O'Mahony, especialista em saúde sexual do Hospital Countess of Chester Foundation Trust, em Chester, Grã-Bretanha, afirma que apresentar a circuncisão como uma solução envia a mensagem errada à população.

"Sugere que mulheres infectam homens inocentes, portanto devemos proteger os homens inocentes. E permite que homens que não querem mudar seu comportamento irresponsável continuem tendo várias parceiras sem nem mesmo usar um preservativo", afirmou.

Keith Alcorn, do serviço de informações britânico sobre HIV NAM, também encara a circuncisão com ceticismo.

"Temos que ter cuidado para não pegar fatos de uma parte do mundo e aplicar sem análise crítica em outras partes. Circuncisão masculina terá pouco impacto no risco de infecção por HIV entre meninos nascidos na Grã-Bretanha, onde o risco que adquirir o vírus em relações heterossexuais é baixo."

"Meninas podem ser vacinadas contra o HPV e protegidas do câncer do colo do útero, e preservativos protegem contra herpes", afirmou.





Fonte: Da BBC

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