Crise econômica pode ser risco substancial para o PT, diz 'WSJ'
Os efeitos da crise financeira mundial sobre o Brasil podem apresentar riscos substanciais para o PT, segundo reportagem publicada nesta quarta-feira pelo Wall Street Journal, nos Estados Unidos.
Segundo a reportagem, a queda no índice de produção industrial no último trimestre de 2008 e a revisão para baixo do crescimento em 2009, anunciados recentemente, podem afetar a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Os problemas econômicos apresentam riscos substanciais para o Partido dos Trabalhadores de Lula, que enfrenta eleições em outubro de 2010 e apostou suas chances em grandes investimentos públicos e altas taxas de aprovação adquiridas ao longo de seis anos de boas condições econômicas."
Na semana passada, diz o WSJ, pesquisas de opinião mostraram a primeira grande queda na aprovação de Lula e do governo em meses, mas mesmo assim ela permanece bem acima dos 60%. "Analistas culpam a perda de emprego e a piora na situação econômica pelos resultados."
O WST diz que o governo vinha "pintando um quadro cor de rosa" em meio à crise, apesar do aumento do desemprego, da queda na arrecadação de impostos e de uma economia encolhendo.
Segundo o jornal, apesar de o governo ter revisado a projeção de crescimento do PIB de 2009 de 3,5% para 2%, o número contrasta com a previsão de economistas privados, que veem o crescimento pouco acima de zero.
O WST diz que os adversários políticos de Lula agora estão tentando capitalizar em cima dos resultados abaixo do esperado, mas eles devem tomar cuidado para não ser vistos como se estivessem "defendendo a recessão".
"No passado, Lula já criticou forças que, segundo ele, estariam ‘apostando contra o Brasil', uma referência não tão velada à classe alta do país, que historicamente se beneficiou com a grande desigualdade no Brasil", diz o jornal.
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