Na TV, Obama reforça otimismo quanto a recuperação dos EUA

Em sua segunda entrevista coletiva em horário nobre desde que assumiu o cargo, em 20 de janeiro, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reforçou a defesa do orçamento de US$ 3,6 bilhões e do plano de resgate que prevê a compra de "ativos tóxicos" dos bancos, anunciado na segunda-feira (23) pelo secretário do Tesouro, Timothy Geithner. Com um tom mais otimista do que na primeira coletiva, em 9 de fevereiro, Obama pediu apoio para que o governo tenha mais autoridade para regular as instituições financeiras.

"Vamos nos recuperar dessa recessão, mas levará tempo e precisamos ter paciência", afirmou, sem utilizar a frase

Tanto o pronunciamento inicial quanto as perguntas foram dominadas pela discussão sobre as medidas contra a crise econômica e sobre a polêmica envolvendo o pagamento de bônus milionários para executivos da seguradora AIG, que recebeu ajuda federal para não quebrar. O presidente disse ter ficado "chateado" com o episódio e, questionado sobre a demora de dois dias para se manifestar sobre a polêmica, disse que precisava "saber do que estava falando" antes de ir a público.

Quanto à política externa, Obama desconversou sobre o futuro do processo de paz no Oriente Médio com a escolha do primeiro-ministro direitista Binyamin Netanyahu e disse que irá insistir no diálogo para possibilitar a solução de dois Estados --um judeu e um palestino-- na região. Ele também afirmou que não espera mudanças bruscas nas relações com o Irã, mas disse que irá se esforçar para melhorar a diplomacia entre os dois países.

Em relação ao problema mais próximo do aumento da violência na fronteira com o México, o presidente americano disse que pode ampliar o plano que prevê o aumento do número de agentes federais na área e o investimento de milhões de dólares em equipamentos, se não alcançar o objetivo de impedir que a violência dos cartéis mexicanos se espalhe no sul dos EUA.

A entrevista foi transmitida em horário nobre por redes de TV americanas.