Preço da arroba do boi cai 22% nos últimos seis meses
O preço da arroba do boi já sofreu uma queda de 22% desde agosto do ano passado. Além disso, a crise no setor da pecuária apresentou uma baixa nas exportações, chegando a uma redução de 69% em janeiro e 12,5% em fevereiro. Com o fechamento de 14 plantas de frigoríficos, a arrecadação de ICMS deverá sofrer uma queda de 20% e o setor deixa de movimentar R$ 4,2 bilhões.
Esses dados foram apresentados pelo superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária, Seneri Paludo, durante a audiência pública realizada na tarde desta quarta-feira (18), na Assembléia Legislativa, solicitada pelo deputado Otaviano Pivetta (PDT). O deputado Wagner Ramos (PR), presidente da Comissão de Indústria e Comércio, comandou a audiência.
Os representantes do setor da pecuária em Mato Grosso ligados a entidades como a Associação de Criadores de Mato Grosso (Acrimat) e Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato) puderam fazer suas reivindicações e debater alternativas para o segmento combater a crise, pela qual passa os pecuaristas e frigoríficos, juntamente com os deputados.
A crise maior está focada nas regiões Noroeste e Nordeste, que representam 40% do rebanho bovino do Estado, com um total de 9,8 milhões de cabeça de gado. As duas regiões estão sem locais de abate, e de acordo com o presidente da Acrimat, Mario Candia, alguns bois têm sido trazidos de Alta Floresta para Cuiabá para serem abatidos.
Candia cobrou uma articulação dos deputados com a bancada federal, para que consiga convencer o governo Federal a liberar créditos, e assim os frigoríficos consigam pagar a vista aos pecuaristas, que temem realizar a venda com pagamento para 30 dias.
O presidente da Famato, Rui Prado, fez um desabafo e aproveitou para denunciar um esquema montado pelos donos de frigoríficos com relação aos pedidos de recuperação judicial, pois muitos se aproveitam desse beneficio da lei para se beneficiarem e darem o calote nos pecuaristas.
Os deputados se comprometeram em buscar ajuda junto ao governo do Estado para cobrar a redução da estimativa, que atualmente é de R$ 109 milhões, e marcar uma audiência com o governador Blairo Maggi e o secretário de Fazenda, Eder Morais, para discutir o assunto.
O presidente da Famato, também, ficou responsável por convidar a presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Regina de Abreu (TO), para vir a Mato Grosso conhecer a realidade do Estado, que é o maior afetado pela crise no setor.
Comentários