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Economia
Terça - 17 de Março de 2009 às 17:36

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O Brasil é o terceiro mais empreendedor entre os países que fazem parte do G20 financeiro (que reúne as nações mais ricas e principais emergentes), atrás apenas da Argentina e do México. A informação consta da edição 2008 da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor, a GEM 2008, que mede as taxas de empreendedorismo mundial --em 2008, foram entrevistadas 2.000 pessoas no Brasil e 124.721 no mundo.

Dos membros do G20, a Rússia é o país com a menor Taxa de Empreendedores em Estágio Inicial (TEA). A Argentina obteve uma taxa de 16,5%, seguida por México (13,1%) e o Brasil (12,02%). A Rússia registrou taxa de 3,49%.

Pela primeira vez em nove anos, a GEM opta por utilizar o G20 como recorte analítico. A escolha foi motivada pela posição do país como presidente do grupo no ano passado, que é formado pelos ministros da Economia e presidentes de bancos centrais de 19 países: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coréia do Sul, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Rússia, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos. A União Europeia também é membro.

Apesar de integrarem o G20, não participaram da pesquisa Austrália, Canadá, China, Indonésia, Arábia Saudita e União Europeia. Juntos, os países-membros representam cerca de 90% do PIB (Produto Interno Bruto) mundial, 80% do comércio internacional (incluindo o comércio interno da UE).

"O Brasil já passou pela fase de altas taxas de empreendedorismo, característica de países muito pobres, como Bolívia, Peru, Angola. Nós estamos no mesmo patamar do México, Chile e Uruguai", afirma o diretor-técnico do Sebrae Nacional, Luiz Carlos Barboza --a entidade é parceira da GEM no Brasil. A TEA apresentada pelo Brasil em 2008 (12%) ficou próxima das taxas obtidas por Uruguai (11,90%) e Chile (13,08%) e semelhante também às apresentadas por Índia (11,49%) e México (13,1%).

Outra mudança ocorreu no nível de empreendimentos já estabelecidos (mais de 3,5 anos no mercado), que subiu de 2,3% em 2006 para 4,9% em 2008. O empreendedorismo em estágio inicial alcançou 13,3% (9,3% de empreendedores nascentes e 4% de novos empreendedores), enquanto os empreendimentos já estabelecidos alcançaram 4,9% da população adulta.

Os empreendedores nascentes são aqueles que estão à frente de negócios em implantação e os novos, aqueles cujos negócios já estão em funcionamento e geram remuneração por pelo menos três meses.

Ranking geral

O Brasil em 2008 passou a ocupar a 13ª posição no ranking geral mundial (entre os 43 países pesquisados). A entrada de novos países na pesquisa realizadA pela GEM 2008, como Bolívia, Angola, Macedônia e Egito, fez com que o Brasil, pela primeira vez desde que a pesquisa foi iniciada, ficasse fora do grupo dos dez países com maiores taxas de empreendedorismo.

"Em relação ao número de empreendedores, a posição dos países no topo e na base do ranking se altera", explica o Sebrae uma vez que países muito desenvolvidos não "precisariam" de tanto empreendedorismo.

Segundo a pesquisa, a Índia é o país com a maior população de indivíduos desempenhando alguma atividade empreendedora (76,04 milhões). Em seguida vêm os Estados Unidos com 20 milhões e, em terceiro, o Brasil, com 14,6 milhões. "Por características do próprio povo, os Estados Unidos são o único país desenvolvido que figura entre os cinco primeiros no quesito número de empreendedores", diz o Sebrae.

Do outro lado do ranking, está a Islândia, com 18 mil empreendedores, a Eslovênia, com 86 mil e a Letônia, com 96 mil pessoas empreendendo.

Brasil

Sobre os dados compilados apenas no Brasil, o Sebrae apontou uma alta no número de pessoas que decidem abrir um negócio por oportunidade. A GEM revela que, para cada brasileiro que empreende por necessidade, há dois que o fazem por oportunidade. Pela primeira vez desde que é realizada no Brasil, a pesquisa aponta a inversão no número dos que empreendem por oportunidade e por necessidade.

O número total de empreendedores no país é de 14,6 milhões, o equivalente a aproximadamente 12% da população adulta. A taxa de empreendedores brasileiros por oportunidade ficou em 8,03%, com cerca de 9,78 milhões de pessoas. Já a taxa de empreendedores por necessidade está em 3,95%, com aproximadamente 4,81 milhões de empreendedores.

Metodologia

A pesquisa GEM é executada há nove anos no Brasil pelo IBQP (Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade) com patrocínio do Sebrae e do Sesi-Senai.

Para avaliar o nível da atividade empreendedora de cada país, entrevistam-se membros da população adulta (18 a 64 anos de idade), selecionados por meio de amostra probabilística de cada país participante. Os empreendedores identificados são classificados conforme seu estágio empresarial, sua motivação para empreender e suas características demográficas.





Fonte: Folha Online

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