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Nacional
Terça - 17 de Março de 2009 às 08:13
Por: Eduardo Bresciani

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O quadro clínico do deputado federal Clodovil Hernandes (PR-SP) continua de “extrema gravidade”, segundo boletim médico divulgado na manhã desta terça-feira (17). O deputado será submetido ao longo do dia a exames para avaliar seu estado neurológico. A intenção é avaliar a gravidade da lesão cerebral e verificar a possibilidade de morte cerebral. O deputado continua com os sinais vitais mantido por equipamentos e medicamentos.

Os exames serão realizados ainda nesta manhã, e, geralmente, uma contraprova é realizada 12 horas depois, de acordo com o médico Allan Ricardo Coutinho Ferreira, que assina o boletim desta manhã. "Enquanto tivermos certa possibilidade de ele estar vivo, vamos fazer tudo por ele. (...) Não estamos mantendo uma situação apenas para poder prolongar ou esticar [a vida dele]. Fizemos um procedimento e precisamos ganhar tempo para ver se ele pode se recuperar".

Ferreira destacou a importância dos exames de hoje para a detecção ou não da morte cerebral. “Quando se fala em morte cerebral falamos de um quadro de morte”, afirmou.

De acordo com o médico, o exame a que o deputado deve ser submetido é o doppler transcraniano. A avaliação deve ser realizada no próprio leito em que o deputado se encontra. Ferreira afirmou que o exame irá revelar se há ainda fluxo de sangue no cérebro do paciente.

Ele informou que caso seja detectada a morte cerebral, o procedimento seguinte é o comunicado a familiares do paciente e à Secretaria Estadual de Saúde para avaliar a possibilidade de doação de órgão. Ferreira disse não ter condições de informar se Clodovil poderia ser um doador, mas deu a entender que sua idade e o fato de já ter sofrido um AVC anterior são fatores contrários.

Parada cardiorrespiratória

Na tarde de segunda-feira (16), a equipe médica havia informado que ele teve uma parada cardiorrespiratória de cerca de cinco minutos por volta das 14h15. O neurocirurgião que cuida do caso, Benício Oton de Lima, afirmou que o parlamentar, caso sobreviva, terá sequelas graves.

O deputado, de 71 anos, foi levado ao hospital por um assessor parlamentar por volta das 8 horas da manhã de ontem após ter sido encontrado ao lado de sua cama, em seu apartamento. Clodovil teve um acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico durante a madrugada e foi submetido a um procedimento de drenagem do sangue por meio de um cateter ainda pela manhã.

Um dos membros da equipe, o médico Alan Ricardo Coutinho Ferreira, que já havia classificado o risco de morte como “muito alto”, relatou a piora no quadro. “O quadro clínico se agravou durante o período da tarde. Por volta das 14h15 ele sofreu uma parada cardiorrespiratória que foi rapidamente revertida. Ele está em coma profundo e mantém seus sinais vitais por equipamentos e medicação.”

Para o neurocirurgião Benício, a chance de sobrevivência é pequena. "Em casos semelhantes, a taxa de mortalidade é muito elevada." Ele afirmou que, caso isso ocorra, o deputado não deverá ter condições de falar ou andar. "O risco de sequela é muito elevado. Ele seria incapaz de tocar uma vida útil."

Solidariedade

A assessoria de imprensa de Clodovil informou que os presidentes da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), e do Senado, José Sarney (PMDB-AP), telefonaram para o hospital para prestar solidariedade. O senador Arthur Virgílio ( PSDB-AM) também telefonou para ter notícias do colega.

O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Arnaldo Versiani foi outro que telefonou para o hospital. Ele foi o relator do processo de infidelidade partidária contra Clodovil. Alguns assessores afirmam que o parlamentar havia passado mal na sexta-feira (13), dia posterior ao julgamento, no qual foi absolvido.

De acordo com a assessoria, o parlamentar tem uma relação distante com a família. Por isso, nenhum parente teria buscado informações. Amigos, no entanto, telefonaram com frequência para os assessores. De acordo com eles, a primeira a ligar foi a diretora de televisão Marlene Mattos.





Fonte: G1, em Brasília

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