Problemas políticos e ambientais entravam a “ferrovia dos sonhos”

Quando o então senador Vicente Vuolo, pai do hoje vereador Francisco Vuolo, em 1989, propôs trazer o “Trem” para Cuiabá muitos riam, classificaram como impossível, loucura, utopia e por ai afora. A ousadia do saudoso senador virou motivo de piadas na época, como lembrou o prefeito de Cuiabá, Wilson Santos (PSDB). “Quando jovens, as pessoas diziam que só se casariam quando a ferrovia chegasse à Cuiabá” - recordou o prefeito, comentando que achavam que o feito era mesmo impossível. Hoje, mais de 20 anos depois, a ferrovia ainda não chegou à capital de Mato Grosso, está bem perto, contrariando todas as perspectivas, mas ainda esbarra em antigos problemas: entraves ambientais e vontade política.

Nesta segunda-feira pela manhã, o Fórum Pró-Ferrovia se reuniu depois de ficar com suas atividades paralisadas mais de seis meses. Na Federação das Indústrias (Fiemt), seus participantes decidiram retomar as discussões e os esforços para concretizar o sonho de Vicente Vuolo. Na semana passada, Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) publicou, no Diário Oficial da União, a Resolução 3.042, autorizando o Projeto Executivo de Engenharia elaborado pela América Latina Logística (ALL), empresa responsável pela construção da ferrovia, a executar 13 quilômetros da obra, no trecho entre Alto Taquari e Rondonópolis. O presidente do Fórum, Francisco Vuolo (PR), enfatizou que é indispensável que a “estrada de ferro” venha a Cuiabá.

Há mais de sete anos parada na região do Araguaia, não anda. Para o tucano Wilson Santos falta esforço de “alguns” políticos para trazer a ferrovia. “O que está faltando é vontade política”, alfinetou o prefeito, completando que a obra tem como destino original a chegada em Cuiabá. Pouco tempo atrás, chegou a ser colocado que um certo grupo político estaria mudando o traçado da ferrovia, fazendo com que ela acabasse em Rondonópolis. Santos defende que hoje não se faz mais nada pela ferrovia, que apenas no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) é que se trabalhou pela chegada do trem à Cuiabá.

O tucano disse que tem coisas que nascem erradas e continuam erradas, em um recado à Maggi, que respondeu imediatamente. “Encaminhe para o seu partido também, já que a empresa começou a construir quando vocês estiveram no Governo, fizeram errado, tem coisas que nascem erradas e continuam erradas", ironizou Maggi .Depois de muitas trocas de farpas ficou definido que será realizada um reunião com o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), com o Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, representantes da Câmara e do Senado federal, para viabiliza definitivamente a chegada da ferrovia.

Com Rubens de Souza