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Cidades/Geral
Quinta - 12 de Março de 2009 às 12:36
Por: Serys Slhessarenko

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O mês de março é o mês das mulheres. Uma data para reflexões seja sobre conquistas, problemas ou desafios. Nos últimos dias, frequentei alguns eventos em homenagens a nós mulheres e, por isso, aproveito para refletir o quanto temos progredido e o quanto ainda temos a caminhar para conquistar a igualdade e a isonomia que almejamos.

Pude presenciar e ser testemunha de diversas homenagens a pessoas que lutam pela causa feminina em nosso País, como durante a sessão solene em homenagem às mulheres realizada no Senado Federal e o Diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz, que foi concedido a cinco personalidades de nosso País e um in memorian, concedido à ex-primeira dama do país Ruth Cardoso. Mulheres guerreiras, que prestaram diversos serviços à nossa sociedade em prol da igualdade de gênero, da justiça social, da educação e da não-violência.

Participei também de uma caminhada de mulheres, “A Marcha das Violetas”, em Cuiabá. As mulheres mato-grossenses se vestiram de lilás e se mobilizaram para lembrar à sociedade que é tempo de buscar “a Justiça, a Equidade e a Paz”, em prol do fim da desigualdade entre homens e mulheres. Elas se juntaram aos homens pelas ruas do centro histórico de Cuiabá. Uma caminhada que ganhou esse nome para resgatar a importância da revista A Violeta, na construção da cidadania das mulheres cuiabanas. A revista foi fundada em 1916 por um grupo de jovens das escolas do antigo curso Normal e de senhoras da sociedade cuiabana, sendo editada pelo Grêmio Literário Júlia Lopes.

O Presidente Lula também se manifestou sobre a ascendência da mulher em seu Governo. Nas palavras dele “terei como legado a honra de poder dizer: no meu governo as mulheres subiram um degrau a mais na conquista dos seus direitos e da sua liberdade.”

Lula já anunciou que irá transformar a Secretaria Especial de Políticas Para as Mulheres em Ministério, garantindo a liberdade orçamentária, ajudando na elaboração e na execução das políticas públicas para as mulheres. Um grande avanço para nosso país e para nós mulheres.

O presidente falou algo que eu já falo há algum tempo. Ele sente falta das mulheres na política de nosso país, assim como eu, que faço parte da política do Brasil. Somos apenas nove senadoras e há apenas 46 deputadas federais na Câmara. Hoje somos 8,9% de mulheres no Congresso Nacional, cerca de 12% nas assembléias legislativas e 12% nas câmaras municipais. Nas prefeituras, apenas 9% são mulheres. No entanto, estes dados contrastam com a estimativa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que informa que as mulheres compõem 52% da população brasileira.

E não é somente nosso Presidente que está vendo que as mulheres poderiam ser mais presentes nos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Ibope, Instituto Patrícia Galvão e Cultura Data divulgada na terça-feira (10 de março) aponta que para 83% dos entrevistados, a presença de mulheres no poder melhora a política nesses espaços. Na opinião de 74% dos entrevistados, as mulheres trariam mais honestidade e mais compromisso com os eleitores. A pesquisa revelou ainda que oito em cada dez brasileiros são favoráveis às medidas legislativas que promovam igualdade e políticas de gênero.

Mais de 90% dos entrevistados na pesquisa afirmaram que votariam em uma mulher e, neste grupo, cerca de 60% dariam o voto a uma candidata independente do cargo em disputa. É claro que o poder feminino ainda está longe do ideal, mas acredito que esses dados trazem avanços no pensamento do brasileiro e da brasileira. É a nossa hora de começar a aparecer no quadro político. Mulheres nos cargos Executivos deste país: prefeitas, governadoras e Presidente da República. Vamos preencher a cota de 30% dentro dos partidos. Mas vamos preencher de maneira engajada, determinada, mostrando que somos capazes de representar o povo brasileiro. Mostrando nosso lado feminino, nosso lado forte, enfim, mostrando que fazemos a diferença no poder.

É preciso que mulheres sérias e preparadas sejam inseridas na vida pública. E sei que temos muitos exemplos em todos os estados deste país. A mulher brasileira é uma lutadora, mãe, esposa, trabalhadora. Busca oportunidades, é forte, combativa. Nós, mulheres, precisamos conquistar a igualdade de direitos com a participação dos companheiros homens nesta construção.





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