PF prende 72 em operação contra tráfico de animais silvestres
Policiais federais prenderam nesta quarta-feira 72 pessoas suspeitas de envolvimento em tráfico de animais silvestres. A ação, coordenada pela PF (Polícia Federal) no Rio, cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão em nove Estados --Rio, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Pará, Maranhão, Sergipe e Bahia. Suspeitos também são procurados em Portugal, na Suíça e na Republica Tcheca.
As investigações que resultaram na chamada Operação Oxóssi começaram em janeiro do ano passado e apontam que, anualmente, eram comercializados cerca de 500 mil animais, entre aves, jiboias, onças- pintadas, veados-mateiros e macacos-prego. No ano passado, a quadrilha movimentou R$ 20 milhões, afirma a PF.
Entre os presos nesta quarta estão uma mulher de 68 anos apontada como líder da quadrilha, cinco policiais militares e um estrangeiro --um tcheco localizado em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca e apontado como o elo de exportação dos animais para a Europa. Segundo a Polícia Federal, advogados dos presos informaram que vão recorrer.
Outros cinco estrangeiros são procurados --um em Portugal, um na Suíça e três na República Tcheca. A Interpol foi acionada.
De acordo com a PF, filhotes e ovos de aves eram levados para o exterior. Os ovos, muitas vezes, eram amarrados ao corpo do passageiro, para escapar da fiscalização em aeroportos. Filhotes eram acondicionadas em malas e escondidos em tubos. No Rio, o destino dos animais eram feiras de Caxias, Honório Gurgel e Areia Branca.
Cerca de mil animais foram apreendidos na operação desta quarta. Alguns, localizados na região de Angra dos Reis, já foram libertados. Durante os trabalhos, foram encontrados acampamentos de caçadores na reserva do Tinguá, em Nova Iguaçu (Grande Rio).
Inicialmente, a PF informou que contaria com 102 mandados de prisão para a operação. Quatro deles, no entanto, foram indeferidos pela Justiça. A maioria dos mandados --58 dos 98 expedidos-- serão cumpridos no Rio, onde 42 pessoas já foram presas.
Os presos devem responder por crime ambiental, receptação, formação de quadrilha, maus-tratos a animais e contrabando.
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