Publicidade
Repórter News - reporternews.com.br
Economia
Terça - 10 de Março de 2009 às 15:40
Por: Juliana Ennes

    Imprimir


A queda de 9,8% na taxa de investimento (público e privado) realizado no Brasil no último trimestre de 2008 em relação ao terceiro trimestre não impediu que a taxa em relação ao PIB batesse recorde no ano passado. O investimento, que ficou em 13,8% no ano, representou 19% do PIB em 2008, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Segundo o coordenador de Contas Nacionais do IBGE, Roberto Olinto, ainda não é possível dizer que a queda dos investimentos --medido pela chamada FBCF (Formação Bruta de Capital Fixo, ou seja, os investimentos fixos como máquinas e estruturas)-- no final do ano representa uma inversão de tendência.

"A taxa de investimento está em seu momento mais elevado. É muito difícil dizer que parou o processo de crescimento. Não acredito que o processo [de alta] de investimentos desenvolvido no Brasil nos últimos anos possa ser analisado por um único trimestre com redução. Claramente não pode", disse Olinto.

Os principais impulsos ao investimento, no acumulado do ano, foram registrados na construção civil e no setor de máquinas e equipamentos.

Já a taxa de poupança bruta foi a mais baixa desde 2003. O aumento da poupança em relação ao PIB foi de 16,9%, abaixo dos 17,5% registrados no ano anterior.

A poupança é um resíduo da renda e do consumo e, como a renda caiu em termos nominais no quarto trimestre e ficou abaixo do consumo, a poupança caiu.

Segundo Cláudia Dionísio, da Coordenação de Contas Nacionais, a taxa de poupança bruta cresceu menos devido ao crescimento do consumo total, somando-se governo e famílias, de 11,5%. "O consumo cresceu em ritmo maior do que o PIB", disse Cláudia.

PIB

A crise global fez a economia brasileira registrar no quarto trimestre do ano passado uma queda de 3,6% em relação ao terceiro trimestre, o maior recuo da série histórica do PIB, iniciada em 1996. Já em relação ao quarto trimestre de 2007, houve expansão de 1,3%.

No acumulado de 2008, o crescimento do PIB chegou a 5,1% em relação a 2007, sustentado pelo bom desempenho dos trimestres anteriores. A preços de mercado, a economia movimentou R$ 747,152 bilhões no quarto trimestre; no ano, o PIB em valores correntes foi de R$ 2,889 trilhões.

Os números divulgados nesta terça-feira mostram uma brusca desaceleração da economia brasileira, que assim como todos os países do mundo reflete a crise econômica. A parada no crescimento ocorre depois de uma alta de 6,8% no PIB terceiro trimestre --à época, o PIB anual estava em 6,3% (dado revisado) sobre 2007.

A crise começou a se acentuar em setembro, depois que a quebra de bancos nos EUA fizeram a confiança no sistema financeiro desaparecer e o crédito mundial secar. Com isso, as empresas passaram a ter dificuldade em obter financiamentos e investir no setor produtivo. As pessoas físicas, por sua vez, também com menos crédito em circulação, começaram a consumir menos. Gerou-se, assim, uma crise de demanda: com menos gente querendo comprar, menos as empresas produziam. Automaticamente, menos empregos e contratações alimentaram a queda do consumo. No final, a crise financeira se transformou em crise econômica, com reflexos na chamada economia real.





Fonte: Folha Online

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/163745/visualizar/