Deputado alerta para "grave crise" na pecuária em MT
O deputado federal Homero Pereira (PR) e a favor de uma intervenção financeira do Governo Federal para salvar o setor pecuário do Estado, e socorrer os frigoríficos que passam por uma grande crise e se viram obrigados a fechar várias plantas de abate de gado em várias regiões, sendo 13 apenas em Mato Grosso.
De acordo com o parlamentar, o segmento está “fragilizado” porque a crise econômica mundial fez com que os países importadores reduzissem drasticamente a compra da carne brasileira. E, com o fechamento das operações de crédito, a situação ficou ainda mais grave, pois a falta de liquidez para o capital de giro transformou a dívida dos frigoríficos com os fornecedores uma bola de neve.
“Infelizmente, a cadeia produtiva dos frigoríficos é muito concentrada nas mãos de poucos agentes, o que aumenta o risco de desativação de plantas, fechamento e até pedidos de falência. Entendo que nós (classe política) temos que ajudar, porque os produtores não podem deixar de ter clientes. Eles têm que vender e o mercado tem que ter competição”, afirmou Homero ao MidiaNews.
O parlamentar se reuniu, há poucos dias, com o ministro da Agricultura, Reinholds Stephanes, e com diretores do frigorífico Independência, que tem cinco plantas em Mato Grosso, e estão buscando a recuperação judicial para a retomada das atividades.
“Precisamos buscar soluções imediatas. Talvez, se o Governo Federal abrir mão de alguns tributos para desonerar o setor, a exemplo do que fez com o setor automobilístico, que começou a demitir e houve a retirada do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e, a partir daí, o setor começou a retomar suas atividades dentro da normalidade. É disso que nós precisamos de incentivo”, argumentou.
Homero afirmou, também, que a retomada da captação de crédito, tão esperada pelo setor produtivo da cadeia da carne, não deve acontecer em curto prazo.
“Não vislumbro isso. Acho que só a médio e longo prazo isso vai acontecer; Mas, nós estamos pensando em sugerir um novo modelo de crédito rural para o Brasil, pois o modelo atual está totalmente saturado, já que de 20% a 25% do sistema financeiro é que financiam a produção. Os outros 75% quem financia são as “trading” multinacionais. Então, como internamente o crédito também está muito restritivo, o Governo precisa pensar em uma nova metodologia de crédito rural, onde possamos usar um novo fundo, pegando, quem sabe, aqueles recursos que focam mandados para o Tesouro Nacional através do Pesa, da securitização das dívidas rurais, para que possamos fazer a alavancagem do setor e onde o seguro rural possa ser obrigatório”, explicou.
É fundamental ainda, de acordo com o parlamentar progressista, que o produtor se transforme em pessoa jurídica para poder dar mais transparência às suas ações; fazer a sua contabilidade e dar mais segurança para o próprio mercado, passando, naturalmente por uma desoneração de tributos.
“No mundo inteiro, o setor produtivo rural tem um tratamento diferenciado e, aqui no Brasil, além de sermos obrigados a pagar taxas de juros a preço de mercado, o tratamento tributário é muito mais rigoroso do que os dos nossos competidores em nível internacional”, completou Homero Pereira.
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