MS gasta, em um dia, R$ 1 milhão em propaganda pró-Copa
O Comitê Pró-Copa 2014, patrocinado pelo Governo de Mato Grosso do Sul e pela Prefeitura de Campo Grande, pode ter gasto em um só dia, no domingo que passou, algo perto de R$ 1 milhão, com anúncios publicados nos maiores veículos de comunicação do Brasil.
Foram compradas páginas inteiras dos jornais Folha de São Paulo, O Globo, Estadão, Correio Braziliense e Jornal do Brasil e duas páginas nas revistas Veja e IstoÉ.
As propagadas tentam vender a idéia de que a força econômica e social de Campo Grande credencia a cidade para sediar o evento esportivo. A capital sul-mato-grossense concorre à vaga de subsede com Cuiabá, a capital mato-grossense.
A Fifa, entidade que organiza a competição, divulga as cidades escolhidas daqui a 11 dias, no dia 20 de março, em Zurique, na Suíça.
O valor da campanha divulgada por meio dos anúncios no domingo não foi revelado nem pelo Governo Estadual, nem pela Prefeitura de Campo Grande. O publicitário que coordena o comitê, Chico Santa Rita, disse desconhecer o valor gasto.
Contudo, pesquisa apurada pelo Midiamax junto aos setores comerciais dos veículos em que foram veiculados os anúncios indica que, apenas com as duas páginas publicadas na revista Veja, a de maior circulação do país, a campanha consumiu mais de meio milhão de reais. Exatos R$ 560 mil, conforme tabela da revista.
O publicitário Chico Santa Rita disse que os anúncios foram preparados pelas agências que prestam serviços para o Governo do Estado. Ele reiterou que o negócio foi acertado “na maior transparência possível” e que o custo teria ficado “menor do que o cobrado no mercado”.
A idéia não é só promover Campo Grande para sediar jogos da Copa 2014, disse o publicitário. Os anúncios também divulgam a riqueza do Estado. O título do anúncio diz: “Mato Grosso do Sul e Campo Grande prontos para a Copa. E pra você”.
De acordo com o site da revista, o custo de cada página determinada da revista é de R$ 280 mil. Já pela tabela da revista IstoÉ, a página custaria R$ 128 mil, preço que, segundo a empresa, “pode ser negociado”, ou seja, o valor pode ter desconto, dependendo da negociação.
Seguindo as fixadas tabelas das duas revistas, o anúncio pró-Copa teria custado algo em torno de R$ 800 mil.
Ainda de acordo com pesquisa da reportagem, uma página de anúncio publicada na edição de domingo do jornal O Globo custa algo em torno de R$ 15 mil, tabela parecida com a fixada pelo jornal Folha de S. Paulo, onde circulou também o anúncio campo-grandense.
Esses preços recuam um pouco nas publicações do Jornal do Brasil e do Correio Braziliense.
O publicitário Chico Santa Rita é um dos mais procurados por candidatos nos períodos eleitoreiros. Ele disse que a conta publicitária seria assim custeada: dois terços da soma total sairiam do cofre estadual e um terço da fatura seria custeada pela Prefeitura de Campo Grande.
Chico Santa Rita revelou também que cópias dos anúncios seriam mandadas para a Fifa e a para a CBF.
O anúncio
No anúncio publicado na revista Veja aparecem sete fotografias, nessa disposição: uma de Campo Grande, tirada no dia que o comitê da Fifa visitou a cidade; outra do aeroporto da cidade de Bonito; uma mostrando o trem do Pantanal; uma expondo parte do Pantanal; outra tirada no Paraguai, onde aparecem o presidente daquele país acompanhado do governador André Puccinelli e o prefeito Nelsinho Trad, ambos do PMDB, uma do desenho do projeto do estádio Morenão e ainda um foto de Campo Grande que ocupa duas páginas da revista.
De acordo com o conteúdo da peça publicitária, “Campo Grande tem os melhores indicadores sociais da região Centro-Oeste do país” e o texto enfatiza ainda que a cidade não possui favelas.
A assessoria de imprensa da Prefeitura de Campo Grande informou que o assunto sobre o custo dos anúncios devia ser tratado com Chico Santa Rita.
Anúncio que narra vantagens de Campo Grande enche duas páginas da maior revista do país.
O publicitário disse que não podia revelar o número por não ter participado de reunião que debatera a soma. A assessoria do governador não fora localizada por meio de telefonemas.
Comentários