Dia Internacional da Mulher: Algumas reflexões
8 de março, Dia Internacional da Mulher, é um dia de luta e de manifestações no mundo todo em defesa da igualdade de gênero. A luta das mulheres para conquistar seus direitos começou em 8 de março de 1857, depois de um protesto de trabalhadoras de uma fábrica de tecidos nos Estados Unidos, onde reivindicavam melhores condições de salários e de trabalho. A reivindicação foi reprimida com total violência, as mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Mas foi somente em 1910, durante uma conferência na Dinamarca, que o dia 8 de março passaria a ser o “Dia Internacional da Mulher”, como forma de homenagear as 130 mulheres que morreram queimadas na fábrica em 1857.
O objetivo da data é discutir e refletir o papel da mulher no mundo, acabar com qualquer forma de preconceito e de desvalorização da mulher.
Alguns dados nos deixam preocupados. Sabemos, por exemplo, que com a pobreza quem mais sofre ainda são as mulheres. De acordo com um documento extraído do Fórum Social Mundial de Belém, dois terços dos pobres do mundo são mulheres. Dois terços das pessoas fora da escola são mulheres. Uma mulher em cada três é uma vítima sobrevivente da violência de gênero. Dessa forma, a igualdade de gênero é uma condição indispensável para superação da pobreza, conclui o documento.
Uma das formas mais visíveis de abuso dos direitos das mulheres é a violência, que, na grande maioria das vezes, acontece dentro do universo doméstico. Esta violência perpassa por vários tipos, desde a psicológica até física e sexual. Segundo a Organização dos Estados da América (OEA), a violência contra a mulher pode ser definida como sendo “qualquer ato ou conduta baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto na esfera pública como na esfera privada.”
A violência de gênero atinge milhões de mulheres no mundo todo. Esta violência é aquela que a mulher sofre pelo fato de ser mulher, praticada, na maioria das vezes por homens muito próximos a ela. Esta violência ainda acontece pelo fato de existir o machismo e a desigualdade de gênero.
A luta das mulheres para acabar com o preconceito e a desigualdade conquistou uma importante vitória, a Lei Maria da Penha, que facilitou a denúncia e instituiu penas mais severas para agressores de mulheres. O que se tem que fazer ainda é construir mecanismos para que as mulheres sequer cheguem a sofrer violência, fortalecendo as mulheres, garantindo sua autonomia e sua liberdade.
Assim, podemos afirmar que muitas lutas já foram conquistadas e as diferenças diminuem cada vez mais, mas muita coisa ainda precisa ser feita para que realmente exista a igualdade de gênero.
Lara Rocha é consultora da Oscip Instituto Creatio, em Cuiabá.
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