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Cidades/Geral
Quarta - 04 de Março de 2009 às 14:54
Por: Marcos Lopes

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Sai prefeito, entra prefeito e a população nobrense há mais de 12 anos convive com o mesmo dilema, a renovação e contratação do convênio hospitalar com o hospital Laura de Vicuña, que a cada quatro anos, abre e fecha por falta de zelo ou preocupação daqueles que foram eleitos para administrar um orçamento de quase R$ 2 milhões, ou seja, os prefeitos que passaram pela prefeitura de Nobres nesses últimos 12 anos. Desde que tomou posse o médico José Carlos da Silva (PP), parecia que não seria apenas mais um a passar prefeitura, como o seu antecessor Flavio Dalmolin (PR), mas tudo não passou daquele "famoso fogo de palha", ou seja, só mostrou serviço nos primeiros 40 dias de sua administração. Há mais de 60 dias a população vem sofrendo com o mesmo dilema: o fechamento do hospital Laura de Vicuña.

Mesmo sendo médico e conhecendo a realidade do setor, o prefeito demonstra que não está preocupado com a saúde da população, pois mesmo os vereadores aprovando por unanimidade um Projeto de Lei que autorizava a prefeitura a renovar o convênio hospitalar com o hospital no valor de R$ 50 mil e este valor foi acordado entre a Secretária de Saúde Zélia da Guia Nobre e a direção do hospital. Vale ressaltar que em campanha o então candidato Dr. Zé Carlos prometeu nomear para pasta da Saúde um profissional da área, coisa que não aconteceu, nomeou uma pessoa que tem apenas dois anos de um curso técnico de administração e que é "afilhada política" da ex-secretária de Saúde (da Gestão de Flávio Dalmolin) Neidinha Modesto, que hoje é uma das pessoas de confiança do atual prefeito.

De acordo com funcionários do setor administrativo do hospital Laura de Vicuña, que pediram para não serem identificados, caso a prefeitura não renove o contrato do convênio hospitalar, o hospital será obrigado a fechar as portas e cerca de 23 pessoas ficarão desempregadas no município, além de os pacientes do SUS terem que se deslocar até os municípios vizinhos de Rosário Oeste ou Diamantino para serem atendidos com urgência ou até mesmo para Várzea Grande e Cuiabá.

Além disso, estes funcionários também informaram à nossa reportagem que em média são realizadas mensalmente 130 internações, 1.200 atendimentos ambulatoriais, sendo que o pagamento feito pelo SUS (Sistema Único de Saúde) ao hospital é efetuado 60 dias após cada procedimento. Estes funcionários revelaram ainda que são atendidos cerca 444 pacientes por mês em atendimento ambulatorial de emergência e urgência e que o hospital só tem capacidade para atender 85 AIH (Autorização de Internação Hospitalar), nasce em média uma criança por dia no hospital, totalizando assim cerca de 30 crianças ao mês e que há cada 10 partos normais, os médicos só podem realizar três cesarianas pelo SUS, mas que esse número sempre excede e às vezes chega até a seis cesárias por mês.

Prestando um bom serviço a comunidade

Mesmo a prefeitura de Nobres não renovando o convênio hospitalar, o hospital Laura de Vicuña, presta um bom serviço a comunidade, pois mesmo sendo um órgão privado, uma enfermeira nos relatou que a atual diretora do Lucinete, orientou os funcionários da entidade a atenderem todas aquelas pessoas que vem procurar atendimento pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Vale ressaltar o quadro reduzido de enfermeiros e quanto ao quadro médio há apenas dois, o cirurgião clínico e obstreta Dr . Wagner e o clínico geral Dr. Henrique, que revezam no atendimento ao público e no plantão do hospital. Ao tomar esta atitude de orientar que os pacientes do SUS sejam atendidos pelo hospital, mesmo sem a renovação do convênio, a diretora mostra que tem sensibilidade com as pessoas mais humildes.

Segundo esta mesma enfermeira, o prefeito Dr. Zé Carlos, pediu para que Lucinete se afastasse da administração, porque ele iria nomear uma equipe de pessoas de sua confiança para administrar o mesmo na parte que cabe ao município.

O afastamento da atual diretora está gerando rancores e magoas por parte de algumas enfermeiras do hospital. Uma delas revoltada com o pedido de afastamento de Lucinete em tom de desabafo disse à nossa reportagem: "A Lucinete é uma boa administradora, já está aqui no hospital há um bom tempo, nunca nenhum prefeito pediu pra ela sair e agora vem esse prefeito aí, que só soube mostrar um sorriso durante a campanha, eu sinto muito de não poder expor meu nome, mas como eu também sou funcionária pública prefiro ficar de forma anônima para não sofrer as conseqüências depois", concluiu.





Fonte: O Divisor

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