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Economia
Sexta - 27 de Fevereiro de 2009 às 13:52
Por: Cirilo Junior

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O consumidor está mais cauteloso do que nunca, conforme a intenção de compra de bens duráveis medida pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) indica na Sondagem do Consumidor de fevereiro. O índice relativo à expectativa de compras para os próximos seis meses ficou em 66,6 pontos, menor patamar da série iniciada em setembro de 2005.

Os bens duráveis são os que têm utilidade durante um grande período de tempo. Nessa categoria estão incluídos móveis, eletrodomésticos e automóveis. Geralmente, as compras desses produtos são feitas mediante financiamentos com prazos maiores.

Em relação a janeiro, a queda foi de 4,7%. Na comparação com fevereiro de 2008, a intenção de compra do consumidor teve um tombo de 25%. Para o coordenador do Núcleo de Pesquisas e Análises Econômicos da FGV, Aloisio Campelo, o resultado demonstra que o consumidor está atento ao atual ambiente econômico. Ele lembrou, no entanto, que outros fatores podem estar diminuindo o apetite para as compras.

"O resultado está diretamente ligado ao momento da economia, mas deve-se levar em conta também o nível de endividamento, já que o consumidor vinha comprando muito, e a alta da taxa de juros ao longo do ano passado, antes da última queda", afirmou.

Entre os representantes dos 2.000 domicílios consultados, 6,8% disseram que pretendem comprar mais bens duráveis nos próximos seis meses. Em janeiro, essa proporção chegava a 8%. Por outro lado, 40,2% responderam que suas intenções de compra são menores, ante 38,1% que tinham igual desejo no mês anterior.

A expectativa de bens duráveis do consumidor vem caindo desde março de 2008, o que pode ser um indicador de que outros fatores vem influenciando mais diretamente, além da crise. Mas desde setembro, quando o quadro econômico se agravou, a intenção de compras do consumidor caiu 20%.

O ICC (Índice de Confiança do Consumidor), que atingiu o menor nível desde o início da série, despencou 13,4% desde setembro. Nas famílias com maior renda (acima de R$ 9.600), a confiança caiu 19,7% desde a piora da crise. Nas famílias com renda inferior a R$ 2.100, a confiança teve retração de 16,5% desde então.

Campelo destacou que as expectativas do consumidor estão bem baixas, e vêm puxando o índice de confiança para baixo. O IE (Índice de Expectativas) somou 91,6 pontos, também o menor nível da série iniciada em 2005.

"A expectativa do consumidor está bem baixa, e está influindo bastante no índice de confiança. Ainda mais se for levado em conta que a percepção do consumidor em relação à atual situação da economia está mais elevada", comentou.

O ISA (Índice de Situação Atual) caiu 0,8% entre janeiro e fevereiro, ficando em 100,3 pontos, o segundo menor nível da série. O recorde havia sido observado em março de 2007, quando o ISA não passou de 98,7 pontos.





Fonte: Folha Online

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