Revisão do PIB aponta queda ainda maior na economia dos EUA
A revisão do PIB (Produto Interno Bruto) americano do último trimestre de 2008 apontou, em termos anualizados, uma retração de 6,2%, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pelo Departamento de Comércio dos Estados Unidos.
A queda foi quase o dobro dos 3,8% que apontavam os dados iniciais anunciados em janeiro. Os números preliminares já indicavam o pior resultado da economia americana em um quarto de século.
A retração do período entre outubro e dezembro foi a pior desde o primeiro trimestre de 1982, que teve queda de 6,4% - na época, os Estados Unidos atravessavam uma forte recessão.
Os novos dados divulgados pelo governo americano também apontaram uma queda ainda maior do que a projetada por analistas, que previam uma retração em torno de 5,5%.
Crise
Os dados confirmam que a crise econômica nos Estados Unidos ganhou força no último trimestre do ano passado. A retração no trimestre anterior havia sido de apenas 0,5%.
Preocupados com a possibilidade do desemprego e recessão, os consumidores americanos gastaram menos no final do ano passado em bens não essenciais.
Consequentemente, a produção industrial diminuiu e várias empresas vêm cortando vagas para tentar se manter no mercado.
Para romper esse ciclo, o governo do novo presidente americano, Barack Obama, anunciou um pacote de US$ 787 bilhões para estimular o consumo e reaquecer a economia.
O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, já afirmou que a quantia injetada no sistema financeiro pode chegar a US$ 2 trilhões.
A economia americana também foi prejudicada por uma queda nas exportações, decorrente da chegada da crise em outras partes do mundo.
Futuro
Para o trimestre entre janeiro e março, analistas previam uma queda de cerca de 5%, mas muitos já admitem que a retração deve ser maior, por causa principalmente do estado precário do mercado de trabalho americano.
A queda do período seguinte deve ser menor, segundo economistas, o que pode indicar uma ligeira recuperação da economia. De qualquer forma, a maioria das análises avalia que o primeiro semestre do ano deve ser difícil em termos econômicos para o país.
No início da semana, o presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central americano), Ben Bernanke, disse que a recessão no país pode durar até 2010, indicando que a recuperação pode começar no ano que vem se o governo acertar nas políticas de resgate do sistema financeiro.
Apesar dos maus resultados apresentados pela maior economia do mundo, muitos analistas dizem não acreditar em uma grande queda do dólar em relação ao euro, porque a União Européia também sofre os efeitos da crise.
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