Magistrados falam em “serenidade” sobre investigação de desvios no TJ
A Associação Mato-grossense dos Magistrados, entidade que congrega juízes e desembargadores, emitiu nota nesta quinta-feira falando em “serenidade” sobre a decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), terça-feira, em determinar a investigação de dez juízes e desembargadores de Mato Grosso em esquema de desvio de dinheiro. A denúncia, apresentada pela Corregedoria-Geral do Tribunal de Justiça, aponta para um desfalque na ordem de R$ 1,5 milhão. A nota repudia o que chamou de “generalização e especulação jornalística” em torno do caso.
Na nota, a entidade reafirma convicção de que a magistratura mato-grossense “é composta de membros da mais alta qualidade moral e profissional” e recorre a uma pesquisa realizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em que o Judiciário de Mato Grosso foi considerado o quarto melhor em produção. O procedimento administrativo em andamento no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) , segundo a nota, “nada mais é do que o exercício do devido processo legal, em homenagem ao regime democrático que vivemos, onde o princípio da inocência e a garantia da ampla defesa são pilares”.
Vão responder ao processo os juízes Marcelo Souza de Barros, Irênio Lima Fernandes, Antonio Horácio da Silva Neto, ex-presidente da Associação Mato-grossense de Magistrados (Amam), e Marcos Aurélio dos Reis Ferreira, filho do desembargador José Ferreira Leite, grão-mestre do Grande Oriente do Estado de Mato Grosso; Juanita Clait Duarte, Graciema Caravellas e Maria Cristina Simões. Também serão investigados os desembargadores Mariano Alonso Travassos, que assume no final do mês a presidência do Tribunal de Justiça de Mato Grosso José Tadeu Cury e José Ferreira Leite, ex-presidente do TJ, a quem se atribui a liderança do esquema.
Os dez juizes e desembargadores são acusados de receber vantagens salariais irregulares “pagas somente a eles próprios” na administração do desembargador José Ferreira Leite e usaram o dinheiro público para socorrer financeiramente investidores ligados à loja maçônica Grande Oriente de Mato Grosso. De acordo com o relatório da Corregedoria, o dinheiro público foi usado para socorrer financeiramente investidores ligados à loja maçônica. Esses investidores aplicaram suas economias, incentivados pela maçonaria, na Cooperativa de Crédito Poconé-Sicoob Pantanal, de Poconé, que quebrou.
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