PF prende 51 em operações contra venda de drogas
Duas operações deflagradas pela Polícia Federal em oito Estados do país e no Distrito Federal contra o tráfico de drogas sintéticas prendeu 51 pessoas. Entre os envolvidos estão universitários e lutadores de regiões abastadas do Rio. O líder do grupo morava no Recreio dos Bandeirantes (zona oeste do Rio), um dos bairros prediletos de ricos e famosos na cidade. Os nomes não foram revelados.
Segundo o delegado Victor César Carvalho dos Santos, o número anteriormente divulgado pela Polícia Federal, de 54 presos, estava errado pois incluía mandados de apreensão, e não somente de prisão.
Ele explica que o esquema funcionava da seguinte maneira: os envolvidos compravam cocaína em países da América Latina, como Paraguai e Bolívia, levavam para o Rio, São Paulo e Minas, e, desses Estados, a droga era transportada por mulas -- --nome dado às pessoas que ganham para somente transportar os produtos -- para países da Europa tais como França, Holanda e Portugal. Nesses países, a cocaína era trocada por drogas sintéticas, tais como LSD e ecstasy, e trazida para o Brasil a fim de ser revendida em festas dos Estados investigados.
Somente no Rio havia um grupo de cinco agenciadores de mulas. Em cada viagem, as mulas --que saíam do país em casais, para não despertar suspeitas-- levavam 1 kg de cocaína. Na volta, as drogas sintéticas eram revendidas, e o saldo era de cerca de R$ 250 mil --que eram divididos entre os envolvidos. A estimativa é de que ao menos quatro viagens eram feitas por mês, numa movimentação de R$ 1 milhão.
Foram deflagradas duas operações, a Nocaute --em referência ao fato de os envolvidos serem, em parte, lutadores-- e a Trilha Albis --por remeter a uma marca de mochila utilizada para esconder a droga. Juntas as duas ações contam com a participação de cerca de 300 agentes --cerca de 200 deles só do Rio.
Segundo a Polícia Federal, no Rio foram presas 28 pessoas durante a operação Nocaute. Outras quatro pessoas foram presas em outros pontos do país pela Nocaute. A operação Trilha Albis prendeu 19 pessoas no total, dessas, 12 só no Rio.
No Rio, as prisões ocorreram em Vila Isabel (zona norte), Lagoa e Copacabana, (ambos na zona sul), Niterói (região metropolitana), Barra e Recreio (zona oeste).
Advogados e familiares de presos estão no prédio da PF, mas nenhum deles se pronunciou.
Investigações
As investigações das duas operações tiveram início no começo de 2008.
A Trilha Albis era composta por amigos que surfavam desde criança e resolveram ganhar a vida com crimes diversos. Escolheram o tráfico internacional e são apontados no esquema revelado pela Polícia Federal como os responsáveis pela "logística internacional" da operação. Eles chegaram a ser investigados em 2004 mas à época o inquérito foi arquivado.
A Nocaute englobava uma rede de amigos que lutavam jiu-jitsu e já praticavam irregularidades envolvendo drogas e armas há cerca de oito anos. Eles cuidavam da distribuição n o "varejo" da droga.
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