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Economia
Sexta - 06 de Fevereiro de 2009 às 13:50
Por: Cirilo Junior

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A alta do dólar teve impacto na inflação de janeiro, especialmente em itens como eletrodomésticos, TV e som e remédios, avaliou nesta sexta-feira a coordenadora de Índice de Preços do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Eulina Nunes.

A economista disse que os repasses por conta da influência da moeda norte-americana podem ter sido contidos no fim do ano passado por promoções oferecidas aos clientes, mas que os sinais já ficaram mais evidentes em janeiro.

No mês passado, os eletrodomésticos ficaram, em média, 0,77% mais caros. Em dezembro, tal variação não passou de 0,01%. Já os preços de TV e som subiram 0,48%, após deflação de 1,07% um mês antes.

"Isso sinaliza que houve uma influência do dólar. Sugere que em dezembro não houve alta pelo fim de ano, com as promoções de Natal", afirmou Eulina.

A influência da moeda americana também foi notada entre os remédios, que aceleraram de -0,11% em dezembro para 0,61% no mês passado.

O resultado geral do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de janeiro, cuja alta foi de 0,48%, mostra que quase todos os grupos investigados aceleraram. A exceção ficou por conta dos artigos de vestuário, que subiram 0,05%, ante elevação de 0,99% em dezembro.

Segundo Eulina Nunes, isso não significa que houve uma expansão generalizada dos preços. "As altas atingiram vários grupos, mas foram concentradas em determinados produtos dentro de cada área", explicou.

Foi o caso dos alimentos e bebidas, cujo custo dobrou em janeiro (de 0,36% para 0,75%). As altas nesse caso foram concentradas em produtos que estão mais sujeitos aos efeitos climáticos, como o feijão e as frutas. "No caso do feijão, foi consequência da estiagem no Paraná, nos últimos meses de 2008", observou Eulina.

As bebidas também exerceram influência significativa na alta do grupo. A alta da cerveja e dos refrigerantes contribuiu com 0,03 p.p. (ponto percentual) na alta do IPCA. Em janeiro, os refrigerantes subiram 1,91%, e a cerveja ficou 2,31% mais cara.

"Houve uma mudança na forma de cobrança do IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados], que fez com que a cerveja ficasse mais cara", afirmou Eulina.

No acumulado dos últimos 12 meses, no entanto, os alimentos desaceleraram, com alta de 10,28%. Em período imediatamente anterior, essa elevação chegara a 11,11%.

Para fevereiro, estão previstas pressões oriundas dos reajustes das mensalidades escolares e de tarifas de ônibus urbano em Porto Alegre, Recife, Salvador e Curitiba.





Fonte: Folha Online

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