Nomes incomuns podem levar jovens ao crime, diz estudo
Uma pesquisa americana afirma que ter um primeiro nome menos popular pode elevar a probabilidade de jovens se envolverem em crimes, independentemente da raça do jovem.
O estudo da Universidade de Shippensburg, na Pensilvânia, analisou dados em um dos Estados americanos (que, por motivos de confidencialidade, os pesquisadores não revelaram qual era), comparando os primeiros nomes de delinqüentes juvenis masculinos (por meio de atos de delinqüência cometidos entre 1997 e 2005) aos primeiros nomes de homens jovens em geral (nascidos entre 1987 e 1991).
David Kalist e Daniel Lee mediram a popularidade de um nome medindo sua freqüência na população, por meio de um índice, o Índice de Popularidade de Nome (PNI, na sigla em inglês).
Segundo este índice, os pesquisadores descobriram que o PNI para o nome Michael é de 100, o nome dado mais freqüentemente durante o período analisado. O PNI para o nome David é de 50, pois a freqüência deste nome é a metade da de Michael.
Já para nomes como Alec, Ernest, Ivan, Kareem, Malcolm, Preston e Tyrell o PNI registrado foi de apenas um.
A partir da comparação, os pesquisadores descobriram que os nomes menos populares estavam associados à delinqüência juvenil entre negros e brancos. Os pesquisadores também analisaram a relação entre nomes, crimes e as origens sociais e econômicas dos jovens.
Fatores
Segundo os pesquisadores, vários fatores contribuem para levar jovens com nomes pouco populares ao crime.
"Primeiro, como já foi documentado, pais com baixo status social e econômico têm maior probabilidade de dar aos filhos nomes não populares e uma grande bibliografia teórica liga crianças que vivem em casas com baixo nível econômico e social com delinqüência juvenil", afirma a pesquisa.
"Segundo, empregadores poderão discriminar candidatos a empregos com nomes não populares, jovens com estes nomes podem ter menos oportunidades de emprego e, dessa forma, se voltarem para o crime."
Os pesquisadores também afirmam que jovens com nomes incomuns podem ser mais "inclinados ao crime, pois são tratados de forma diferente pelos outros, o que torna mais difícil a formação de relacionamentos".
Por fim, os pesquisadores afirmam que jovens com nomes incomuns também podem agir desta forma por não gostarem, de forma consciente ou não, de seus nomes.
O estudo foi publicado na revista especializada Social Science Quarterly.
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