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Agronegócios
Quinta - 29 de Janeiro de 2009 às 09:13

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A colheita das primeiras variedades de soja precoce em Mato Grosso, maior produtor do grão no Brasil, sinaliza que a rentabilidade da atividade pode não ser tão favorável quanto se esperava, mesmo com o aumento dos preços no mercado internacional. Estimativas feitas pela Associação dos Produtores de Soja do Estado (Aprosoja) indicam que a produtividade está 15% menor nesta safra em comparação a anos anteriores.

Segundo Glauber Silveira, presidente da Aprosoja, os primeiros números mostram que os agricultores estão colhendo entre 44 e 48 sacas por hectare. "A média do Estado para as lavouras precoces tem variado entre 55 e 58 sacas por hectare", afirma Silveira.

A queda na produtividade é atribuída a dois fatores principais. O primeiro deles é o menor volume de fertilizantes utilizado no plantio deste ano. A menor disponibilidade de crédito por parte das tradings diante da crise financeira internacional fez com que os produtores não tivessem caixa suficiente para adquirir e aplicar a quantidade ideal de fertilizante. O segundo motivo foi a estiagem que atingiu a região e prejudicou o desenvolvimento das lavouras precoces. "Ainda é preciso somar as chuvas que caem sobre o Estado nesse momento, que prejudicam os trabalhos de colheita dessa soja", afirma o presidente da Aprosoja.

Com uma produtividade menor, a rentabilidade da atividade pode ficar ameaçada, mesmo com preços internacionais em níveis satisfatórios. Segundo as contas do presidente da Aprosoja, considerando a produtividade registrada até agora, os preços em algumas regiões de Mato Grosso precisariam estar pelo menos em US$ 17,00 por saca para que o produtor conseguisse pelo menos cobrir os custos de produção. "O custo por hectare da safra de soja no Estado ficou entre US$ 800 e US$ 850. Se considerarmos uma produtividade média da lavoura de 50 sacas a um valor de US$ 17,00 teríamos um faturamento por hectare de US$ 850", afirma.

Atualmente, a saca de soja tem sido negociada em Mato Grosso a um preço médio de US$ 16,89 na região de Sorriso, município do médio norte do Estado. Já em Rondonópolis, cidade favorecida por uma logística um pouco melhor, a soja é comercializada a US$ 18,33 por saca. O atual valor em dólar da saca representa uma queda de 19% em Sorriso e de 20% em Rondonópolis em comparação ao preço médio das mesmas regiões em janeiro do ano passado. A queda do preço em dólar se explica pela valorização da moeda americana nesse período, que foi de 30%.





Fonte: AE

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