Crise não afeta economia de MT; arrecadação melhora 12,8%
A arrecadação federal em Mato Grosso foi de franca recuperação em 2008, em relação ao mesmo período de 2007. O indicador passou de R$ 1,61 bilhão para R$ 1,93 bilhão, um crescimento real de 12,8% - taxa obtida mediante o Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA). No país, o Governo Federal bateu novo recorde de arrecadação, registrando o montante de R$ 685,67 bilhões até dezembro, ou seja, crescimento real de 7,6% em relação a 2007, menor do que o índice anual de arrecadação em Mato Grosso.
Os dados divulgados apresentam uma análise do desempenho da economia e do setor industrial, por meio da arrecadação de impostos e contribuições federais, geração de empregos formais, consumo de energia elétrica e balança comercial. "2008 foi um ano bastante positivo não só para a indústria, como também para a economia mato-grossense. Mesmo com os reflexos da crise mundial, ainda temos boas perspectivas para 2009", avaliou o presidente do Sistema Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Sistema Fiemt), Mauro Mendes.
"Se por um lado os números mostram o peso da carga tributária incidente sobre a sociedade brasileira e mato-grossense, por outro indicam o bom desempenho da economia nacional e estadual em 2008, registrando taxas bem mais vigorosas de crescimento do que no passado recente", pontuou Mendes.
Em relação a 2007, a arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em Mato Grosso - principal tributo estadual - no ano passado também foi positiva, passando de R$ 3,47 bilhões para R$ 4,18 bilhões, que representa aumento real de 16,4%.
A contribuição da indústria estadual foi ainda mais expressiva. A evolução foi de 20,1% no período, aumentando a participação do setor de 30 para 32% em 2008, ou seja, de R$ 1,05 bilhão para R$ 1,33 bilhão. "Tais indicadores mostram um cenário de crescimento econômico de dois dígitos, superior até mesmo ao da China, tomando o ICMS como parâmetro de aferição", comentou o assessor econômico da Fiemt, Carlos Vitor Timo. Os segmentos que mais se destacaram foram as indústrias de petróleo e biocombustíveis, materiais de transporte, minerais não-metálicos, alimentos e bebidas.
O consumo de energia elétrica no Estado também apresentou incremento no referido período. O crescimento total no Estado foi de 8,5%, taxa bem acima do consumo nacional, de apenas 3,8% no mesmo período de 2007. A indústria estadual, com a taxa de 9,4%, apresentou evolução ainda maior, se comparada com a taxa de apenas 2,4% do consumo industrial de energia elétrica do país. "Tais índices evidenciam o bom momento da economia e da indústria mato-grossense em 2008, agora ameaçado pela crise e seus efeitos no Estado, tal como mostram os números relativos ao último trimestre do ano passado. A crise preocupa e o momento é de cautela", enfatizou Mendes. De acordo com ele
O presidente mencionou a queda no consumo de energia estadual, de 2,68% em outubro, 2,36% em novembro e de 6,7% em dezembro de 2008, sucessivamente. Na indústria a retração foi ainda maior, sendo de 4,9% em outubro, 4,3% em novembro e 6,4% em dezembro. O consumo industrial foi liderado pelo segmento da construção civil, com taxa anual de 25%, pela indústria extrativa mineral, com 12,3%, e a indústria de transformação, com 8,5%. Dentre os segmentos da indústria de transformação, destaque para: química e fármacos, material de transportes, alimentos e bebidas, material plástico, tecidos/confecções, editorial e gráfica e metalurgia. Tiveram desempenho negativo os segmentos de madeira e móveis, couros e similares, borracha, papel e papelão.
O desempenho do comércio exterior do Estado, que ocupa a 10ª posição no ranking do país, também apresentou evolução. O valor acumulado das exportações cresceu 52,3% em dólares, atingindo significativos US$ 7,81bilhões, contra US$ 5,13 bilhões de 2007. Já as importações saíram de US$ 753,29 milhões para US$ 1,28 bilhão, registrando aumento de 69,5%, no embalo da forte apreciação do Real, até setembro do ano passado. Mato Grosso registrou, em 2008, superávit na balança comercial de US$ 6,53 bilhões, valor 49% maior do que em 2007, contrapondo com a queda de 38% do saldo comercial do país de US$ 24,74 bilhões no mesmo período, fato que mostra a expressiva contribuição de 26% do Estado para o superávit nacional.
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