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Economia
Segunda - 26 de Janeiro de 2009 às 14:05

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O índice de inadimplência das empresas brasileiras aumentou 4,8% em 2008, ante o ano anterior, de acordo com o Indicador Serasa de Inadimplência Pessoa Jurídica, divulgado nesta segunda-feira (26).

Já na comparação entre dezembro último e o mesmo mês de 2008, a alta foi de 36,1%, a maior desde 1999. Por sua vez, na variação mensal - relação entre dezembro de 2008 e novembro - o aumento foi de 5,9%.

Tipo de dívida

Analisando 2008, os títulos protestados lideram o ranking, com 41,7% de participação na inadimplência das empresas brasileiras. O percentual superou inclusive o registrado no mesmo período de 2007 (40,7%).

Na segunda colocação, aparecem os cheques sem fundos, com representatividade de 39,1%, no mesmo período. No ano retrasado, o peso na inadimplência desta categoria era menor: 38,2%.

As dívidas com os bancos, por sua vez, representaram 19,2% do total dos 12 meses do ano passado. Em 2007, por sua vez, essa modalidade contribuía com 21,1% da inadimplência das empresas.

Valor das dívidas

Se o peso das dívidas com o sistema financeiro foi o menor no total da inadimplência, o mesmo não aconteceu com os valores destas ocorrências: a média dos débitos atingiu R$ 4.396,82 no ano passado, o que representa um crescimento de 6,2% ante 2007.

Já a dívida média referente aos títulos protestados ficou em R$ 1.587,13 no período analisado (+7,3%, na mesma base comparativa). Os cheques sem fundos, por sua vez, registraram uma média de R$ 1.331,12 no período, sendo que houve avanço de 13,4%, na comparação com 2007.

Análise da situação

Para os técnicos da Serasa Experian, a alta da inadimplência das pessoas jurídicas, em 2008, deve-se a um conjunto de fatores, tendo como principal agravante os efeitos da crise financeira global sobre o mercado de crédito no Brasil.

A oferta de crédito foi reduzida, bem como os financiamentos ficaram mais caros e os critérios de concessão se tornaram mais conservadores. A tomada de recursos para capital de giro e investimentos e a renovação de financiamentos foram, em alguns casos, paralisadas.

A partir de novembro, a inadimplência das empresas interrompe as sucessivas quedas, iniciadas em março, e se torna positiva, mais do que dobrando entre os meses do último bimestre (alta de 2,1% até novembro e de 4,8%, até dezembro).

Vale lembrar que, nos últimos dois anos, as empresas tomaram mais crédito que o consumidor, refletindo, até então, os novos investimentos, que agora estão sendo revistos. A Serasa alerta aos empresários que o gerenciamento do risco se torna ainda mais determinante nessa nova conjuntura.

Metodologia

O Indicador Serasa de Inadimplência de Pessoa Jurídica, por analisar eventos ocorridos em todo o Brasil, reflete o comportamento da inadimplência em âmbito nacional. O modelo estatístico de múltiplas variáveis considera as variações registradas no número de cheques sem fundos, títulos protestados e dívidas vencidas com as instituições financeiras. A divulgação é mensal.





Fonte: Infomoney

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