Brasil tem pior resultado nas transações com o exterior desde 1998
As contas externas do Brasil fecharam 2008 com o pior resultado em dez anos. Segundo dados do Banco Central, o país registrou um déficit de US$ 28,3 bilhões nas transações correntes no ano passado. Isso significa que o país enviou mais dinheiro para fora do que recebeu recursos do exterior.
As transações correntes registram as trocas do país com o exterior e servem como uma medida de nossa vulnerabilidade externa. O BC inclui nessa conta as remessas ao estrangeiro, os gastos com turistas e as transações comerciais.
O resultado de 2008 é o maior déficit desde o resultado negativo de US$ 33,4 bilhões registrado em 1998, quando o Brasil ainda tinha um sistema de câmbio fixo. Esse é também o primeiro déficit desde 2002. Desde o início do governo Lula, em 2003, o país só havia registrado superávits nas contas externas.
A virada nesse resultado se deve, principalmente, à queda no superávit da balança comercial e ao aumento das remessas de lucros para o exterior. Antes de 2002, os déficits eram motivados pelo pagamento de juros.
A conta de transações correntes é formada pelo superávit da balança comercial (US$ 24,746 bilhões no ano), pelas transferências unilaterais (US$ 4,188 bilhões) e pelos serviços e rendas (-US$ 57,234 bilhões).
O BC prevê que a crise externa deve reduzir esse déficit neste ano, para US$ 25 bilhões, já que as empresas vão lucrar menos e, consequentemente, enviar menos lucros para o exterior.
Em dezembro, o Brasil registrou um déficit de US$ 2,922 bilhões nas transações correntes, formado pelo superávit da balança comercial (US$ 2,3 bilhões), pelas transferências unilaterais (US$ 424 milhões) e pelos serviços e rendas (-US$ 5,647 bilhões).
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