<b>Crise levará juro ao menor patamar da história, mostra pesquisa</b>
Os economistas ouvidos pelo Banco Central na pesquisa Focus esperam que a taxa básica de juros termine o ano no menor patamar da história. De acordo com o levantamento realizado na semana passada, a previsão para a taxa básica de juros no final do ano caiu de 11,25% para 11% ao ano.
A mudança ocorreu após a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) na última quarta-feira (21), quando o BC decidiu cortar a taxa Selic de 13,75% para 12,75% ao ano. Foi o maior corte de juros em cinco anos, motivado pela desaceleração da economia verificada nos últimos meses.
Após anunciar o corte, o BC indicou que os juros devem continuar caindo, mas com cortes menores.
Agora, os economistas esperam que os juros sejam reduzidos para 12,25% na reunião do Copom de março; 11,75% em abril; 11,25% em junho; e fique em 11% ao ano a partir de julho (o Copom se reúne a cada 45 dias, aproximadamente). Em 2010, a taxa chegaria a 10,75% ao ano.
PIB
A queda maior dos juros deve ser impulsionada pela desaceleração da economia neste ano, devido aos efeitos da crise econômica.
Foi mantida a previsão de crescimento da economia em 2009 de 2%, abaixo dos 3,2% estimados pelo BC e dos 4% previstos no Orçamento deste ano para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas). Para 2010, está previsto um crescimento de 3,8%.
A estimativa para a produção industrial caiu de 2,15% para 2%. Para o próximo ano, recuou de 4,3% para 4,05%.
A previsão para o dólar no fim deste ano ficou em R$ 2,30. Para 2010, está em R$ 2,28.
Inflação
Em relação às previsões de inflação, a expectativa para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que serve como meta para o BC, caiu de 4,80% para 4,64% (2009) e está em 4,5% para 2010. A meta de inflação é de 4,5%, podendo chegar a 6,5% no intervalo de tolerância (teto da meta).
Para este ano, a expectativa do mercado para o IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna) caiu de 4,91% para 4,49%; o IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado) recuou de 4,77% para 4,41%. O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômica) caiu de 4,54% para 4,50%.
A estimativa para o saldo da balança comercial ficou em US$ 14,5 bilhões. A expectativa para o déficit em conta corrente neste ano ficou em US$ 25 bilhões.
As previsões de investimentos estrangeiros diretos ficaram em US$ 23 bilhões. A previsão para a relação dívida/PIB caiu de 36,75% para 36,45%.
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