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Domingo - 23 de Junho de 2013 às 11:17
Por: Lilian Ferreira

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Izabella Teixeira, ministra do Meio Ambiente, criticou fortemente a reabertura de uma entrada que corta ao meio o Parque Nacional do Iguaçu, cujo maior destaque são as cataratas. "É um absurdo reabrir a estrada do colono. Não é preciso destruir o parque, reduzir a população de felinos no parque, para o desenvolvimento local", afirmou durante o Fórum Mundial de Meio Ambiente, em Foz do Iguaçu.


 
 A estrada foi aberta no início do século 20, no meio do parque, criado em 1939. A trilha transformou-se em estrada de terra na década de 50 e quase foi asfaltada nos anos 80. Porém, ela foi oficialmente fechada em 2001, o que gerou uma onde de ações na Justiça para reabrir a passagem. Em 2013, a disputa chegou à Câmara dos Deputados, incentivada pela bancada ruralista.


 
Com 18 quilômetros de extensão, a estrada corta a área mais protegida do parque, onde nem turistas podem ir. O parque é Patrimônio Natural da Humanidade e abriga o maior remanescente de Mata Atlântica da região sul do Brasil. Hoje, apenas 8,5% da Mata original ainda está de pé.


 
Para legalizar a estrada, o Projeto de lei nº 7123, de 2010, de autoria do deputado ruralista Assis do Couto (PT-PR), incluiu o conceito estrada-parque na Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC).


 
"O parque tem que ser protegido e não exposto a agressão desta natureza. Nenhum projeto  pode ser aprovado se não assegurar a savalguarda do parque. Não é por aí", ressaltou a ministra.


 
A ONG SOS Florestas enviou pedido para a ministra se posicionar sobre a questão e organizou uma manifestação nas Cataratas no domingo (23) às 10 horas. Segundo a ONG, "os efeitos da fragmentação são bem conhecidos e se instalarão na área como uma verdadeira cascata, comprometendo de modo irreversível toda a porção centro-sul do Parque".


 
Em 2011, a zona de amortecimento do Parque (área que circunda a Unidade de Conservação e dá proteção adicional a ela) foi reduzida de 10 quilômetros para 500 metros. Mais recentemente, foi autorizada a construção da Usina Hidrelétrica Baixo Iguaçu, que afeta diretamente o rio Iguaçu.


 
Teixeira acredita que é necessário redefinir as fronteiras dos parques, pagando dinheiro de compensação antes ambiental para quem teve suas terras desapropriadas. "É preciso reduzir os conflitos nas regiões, para que as pessoas não tenham que produzir alimento em área de Mata Atlântica", disse.


 
A ministra lembrou ainda que 82% das obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) são feitos pelos Estados e que eles é que são responsáveis pela compensação ambiental, que dispõe de R$ 255 milhões.


 
Manifestações
A ministra também afirmou que as manifestações que estão ocorrendo pelo país são uma demonstração da democracia do país. Ao abrir o Fórum, a ministra destacou que o Brasil busca ser cada vez mais democrático e que, para isso, é preciso o engajamento de todos. Ela citou a regulamentação do Código Florestal e a compensação de serviços ambientais como passos nesta direção.


 
"Sem o engajamento de todos não será possível. Estamos buscando até a criação de um 0800 para que o agricultor que não tem acesso à internet possa ser informado [da regulamentação]. "Para que a gente não erre como já errou antes, é preciso todos juntos para proteger o meio ambiente, todos engajados", ressaltou. "É possível fazer desde que todos queiram fazer", concluiu.


 
O ativista Robert Kennedy Jr., sobrinho do ex-presidente dos EUA,  John F. Kennedy, disse que queria nos EUA manifestações como as que estão ocorrendo no Brasil. Segundo ele, os protestos fortalecem a democracia, enquanto as empresas tentam corrompê-la, pois buscam atender a seus próprios interesses. Ele também criticou a privatização da água no mundo.





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