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Sexta - 16 de Janeiro de 2009 às 18:41

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Segue em estado grave de saúde o marido da líder indígena baleado há uma semana na represa de uma fazenda localizada na cidade de Nova Marilândia, distante a 391 quilômetros de Cuiabá. Valdemir Amorim está internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) de um hospital de Tangará da Serra e respira com ajuda de aparelhos. Ele e a mulher, a líder indígena Valmireide Zoromará (42) - morta a tiros no local - foram atingidos enquanto pescavam com outros índios na represa.

A filha do casal, Kely Zoromará negou a tese de legítima defesa levantada pelos advogados de Ismael Rosa - suspostamente o autor dos disparos. "Isso é mentira, eles foram covardes e atiraram à queima roupa, por trás, sem chance da minha mãe se defender. E o motivo não foi o peixe que pescavam, foi a ganância do fazendeiro porque estamos aguardando que esta terra volte para nossa tribo", disse.

O crime ocorreu na última sexta-feira (9), quando Valmireide Zoromará, da etnia Pareci, esteve na reserva para tratar de questões de interesses dos índios. Ela estava acompanhada do marido, o não índio Valdenir Xavier de Amorim, também atingido pelos disparos.

Kely revelou que a mãe lutava há muito tempo pelos direitos dos índios da etnia Pareci sobre uma área de terra na região. "Em novembro estivemos em Brasília para falar com autoridades para agilizar o processo de reintegração dessa terra que já dura 32 anos. Falamos inclusive com a antropóloga Siglia Doria, que nos garantiu que o local onde tem a represa [onde ocorreu o crime] é da nossa tribo, só falta publicar o estudo", afirmou.

Para o representante da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Tangará (MT), Martins Toledo de Melo, a Funai está acompanhando as investigações e deve aguardar as conclusões do inquérito para tomar uma decisão. "Ismael Rosa, o responsável pelos disparos que causou a morte de Valmireide já confessou e está preso em Cuiabá, vamos [a Funai] aguardar os trâmites legais. Nessa região é comum os fazendeiros estarem armados com [armas] de grosso calibre, e de forma irresponsável entregam essas armas para pessoas totalmente despreparadas", afirmou.

Dois homens já estão presos em Cuiabá por envolvimento no assassinato da líder indígena Pareci. Ismael Rosa Lima (39) foi preso em Nobres nesta última terça-feira. Já no dia seguinte após o crime a polícia conseguiu prender Célio Rodrigues Alves (32), em Diamantino.

A dupla está presa em uma unidade prisional da capital. Procurada pela reportagem do site da TV Centro América a assessoria de imprensa da Polícia Civil não divulgou o local onde os suspeitos estão presos por medida de segurança.

Delegacia de Diamantino mobilizou uma operação para a transferência dos presos que aconteceu nesta quarta-feira (14). O caso está sendo investigado pelo delegado Daniel Lemes Valente. A prisão temporária de Ismael e Célio é válida por 30 dias e pode ser prorrogada.





Fonte: TVCA com Agência Brasil

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