Maggi demonstra otimismo com safra de soja em Mato Grosso
O governador Blairo Maggi, maior produtor individual de soja do mundo, está otimista com a safra 2009/2010 da oleaginosa. Na avaliação dele, diferentemente da perspectiva traçada há três meses, quando a crise financeira internacional abalou todos os mercados e commodities, o próximo ciclo tende a ser positivo, pelo menos sob a ótica dos recursos destinados aos fertilizantes, um dos principais componentes dos custos de produção da sojicultura.
Segundo o governador, na safra 2007/2008 o sojicultor pagou cerca de US$ 800 pela tonelada de adubo, que atualmente está custando US$ 300 para a mesma quantidade, o que representa uma queda de 62,5%, de uma safra para outra. Para ele, o valor do grão também tende a se recuperar. "Hoje o bushel da soja (o equivalente a 27,215 quilos) está custando em torno de US$ 10, e lá atrás foi comercializado por US$ 17. Os preços tendem a se normalizar, é uma questão de tempo".
Maggi explica que se este cenário persistir terá reflexo principalmente sobre a safra 2009/2010, pois a atual já está plantada e não dá mais para os agricultores usufruírem da queda drástica no preço do insumo para a produção agrícola. Ele acrescenta que outros custos na produção do grão também tiveram os valores reduzidos, a exemplo do frete do transporte marítimo, que baixou de aproximadamente US$ 100 a tonelada na safra passada para US$ 20/t atualmente, o que representa uma retração de 80%. "Além disso temos o frete rodoviário também que teve queda. Antes estava US$ 70 e hoje custa US$ 30 (ambos valores aproximados), sem contar o dólar que também foi desvalorizado frente ao real".
A tranquilidade para a safra 2009/2010 também está amparada na necessidade de menor volume de recursos para custear a safra, sem necessariamente reduzir a área destinada à produção. "Hoje estamos otimistas. E a redução nos custos não é reflexo de uma área menor, mas sim da demanda por recursos que tende a reduzir, já que os custos não estarão tão elevados como na safra passada", diz o governador ao frisar que a avaliação é feita para o cenário atual.
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rui Prado, diz que a queda nos preços não está sendo aproveitada este ano. "Os produtores estão pagando dívidas de fertilizantes comprados no ano passado a um preço elevado. Se os valores se mantiverem, o reflexo só será sentido a partir de outubro, quando começa o novo plantio". Outro agravante para este ano é a retração no preço da commoditie e o baixo índice de venda antecipada da oleaginosa. Há alguns meses o preço estava alto e as tradings não quiseram comprar. Agora, com valor baixo, os produtores não estão querendo vender"
Na avaliação do governador, o comportamento dos preços no mercado agrícola é consequência de uma normalização que atividade vem passando, após o fim das especulações no mercado financeiro internacional e que culminaram na crise dos Estados Unidos. Ele salienta que, diferentemente da economia norte-americana, a brasileira troca dinheiro por produto, seja soja, carne ou outro qualquer.
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