Estiagem preocupa sojicultores do Sul de Mato Grosso
Há 12 dias sem chuva, os produtores de soja da região sul de Mato Grosso já começam a se preocupar com possíveis perdas provenientes do atual veranico – estiagem acompanhada de calor intenso. Diante da situação no limite, caso não ocorram pancadas de forma mais intensa ainda esta semana, profissionais do setor atestam que as perdas nas lavouras de soja da região certamente vão ocorrer.
O pesquisador da Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso, o engenheiro agrônomo Joel Hillesheim, observa que, devido ao veranico atual, já há perdas significativas em lavouras de variedades superprecoces de soja, principalmente em áreas de solo arenoso na região sul de Rondonópolis e no município de Itiquira.
Joel Hillesheim disse que, praticamente, toda a soja está na zona de comprometimento a partir de agora. Por isso, cada dia a mais de sol, segundo ele, eleva as possibilidades de perda. No caso da soja de variedade superprecoce, explicou que a mesma está na fase de enchimento de grãos, crucial para a lavoura.
O supervisor regional de campo da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja-MT), o engenheiro agrônomo Rodrigo Blöckl, confirma a preocupação existente neste momento. “Se não chover nos próximos dias, a situação vai se complicar, principalmente nas lavouras em solo mais arenoso”, diagnosticou o profissional.
Desde a semana passada, Rodrigo Blöckl passou pelos municípios de Jaciara, Campo Verde, Primavera do Leste e Rondonópolis. Nas áreas visitadas, o engenheiro agrônomo acredita que ainda não haja, de maneira geral, lavouras com perdas devido ao veranico. “Ainda é cedo para se falar em perda, mas a preocupação é grande”, repassou.
Neste período do ano, Rodrigo Blöckl analisou que, independente da variedade, as lavouras de soja precisam de muita água. No entanto, afirmou que a estiagem, se persistir nos próximos dias, vai atingir mais as variedades de ciclo médio, normal e tardio – as demais, de acordo com ele, estão em uma fase menos crítica.
Conforme o apurado, existem registros de vários veranicos, ao longo da história, no mês de janeiro na região sul de Mato Grosso. No entanto, nos últimos anos, esse fenômeno não havia sido verificado em janeiro.
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