Marcos Valério só deve deixar prisão amanhã, diz advogado
O advogado Marcelo Leonardo, que defende o empresário Marcos Valério, afirmou que seu cliente só deve deixar o presídio em Tremembé (147 km de São Paulo) nesta sexta-feira.
O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Gilmar Mendes, concedeu ontem liberdade ao empresário e para seu sócio, Rogério Tolentino. Valério foi preso em outubro de 2008 pela Polícia Federal sob suspeita de "encomendar" um inquérito policial falso para prejudicar dois fiscais da Fazenda paulista e beneficiar a cervejaria de um amigo seu.
"Sempre demora uns dois dias. O Supremo tem que avisar o Tribunal, a Vara, e depois Tremembé", explicou a defesa.
Valério entrou com pedido de extensão da liminar concedida por Mendes anteontem em favor do advogado Ildeu da Cunha Pereira Sobrinho e dos policiais federais Antônio Vieira Silva Hadano e Fábio Tadeu dos Santos Gatto. Todos eles foram presos na mesma operação que deteve o empresário.
O pedido de liberdade foi feito ontem após a Primeira Turma do TRF-3 (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região negar o habeas corpus solicitado por Valério.
O benefício da liberdade também foi estendido ao agente da Polícia Federal Daniel Ruiz Balde, a Paulo Endo e Francisco Pellicel.
Esquema
Segundo a PF, o grupo comandado por Valério foi dividido em três núcleos distintos, mas interligados: o primeiro grupo, através de contatos em órgãos públicos (Polícia Civil e Federal, Receita Federal e Estadual), é suspeito de obter informações privilegiadas sobre determinados empresários que apresentavam problemas junto ao fisco e com base nesses dados, praticariam extorsão, exigindo valores em troca de possível solução.
O segundo grupo atuaria em fraudes fiscais visando praticar importações ilegais por meio de empresas de fachada, contando com a ação de despachantes aduaneiros junto ao Porto de Santos.
O terceiro grupo, de acordo com a Polícia Federal, teria sido identificado no momento em que uma empresa que havia sido autuada pela Receita Estadual em mais de R$ 100 milhões, teria se utilizado, como tática de defesa, da desmoralização dos fiscais responsáveis pela autuação através da instauração de inquérito policial com base em fatos inverídicos.
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