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Internacional
Quinta - 15 de Janeiro de 2009 às 07:48

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O prédio-sede da UNRWA (agência da ONU para refugiados palestinos) na Cidade de Gaza foi atingido por três bombas do Exército israelense nesta quinta-feira. Conforme o porta-voz Richard Gunnes, após a explosão, o prédio ficou em chamas. Não há confirmação de danos nem de quantas pessoas estavam no local, no momento do ataque. Entre os funcionários da ONU, ao menos três ficaram feridos.

Um complexo que abrigava mídias de vários países também foi atingido, nesta quinta-feira, em Gaza. Ao menos um jornalista ficou ferido.

Israel realiza uma grande ofensiva em toda a faixa de Gaza, há 20 dias consecutivos, contra o grupo radical islâmico Hamas. Fontes médicas afirmam que mais de mil palestinos já foram mortos e outros 4.000, feridos. Segundo as mesmas fontes, 40% dos mortos são civis. Israel, porém, contabiliza 930 mortos e afirma que 75% deles são militantes do Hamas.

Segundo o porta-voz da agência da ONU, as três bombas partiram dos tanques israelenses, e há suspeitas de que elas fossem de fósforo branco, uma substância cujo uso em regiões habitadas ou em ataques a pessoas é proibido justamente por provocar queimaduras severas e problemas respiratórios.

O grupo internacional de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch denunciara, nesta terça-feira (13), o uso de fósforo branco por Israel. Em 2006, Israel admitiu ter usado obuses com fósforo branco contra objetivos militares durante a ofensiva no sul do Líbano contra alvos do Hizbollah, milícia xiita libanesa.

O ataque ao prédio da ONU ocorreu pouco antes de o secretário-geral Ban Ki-moon se reunir com a chanceler israelense, Tzipi Livni, em Tel Aviv. De lá, ele expressou "grande protesto e horror" em relação ao ataque e pediu que seja aberta uma investigação.

O Exército israelense ainda não comentou o ataque desta quinta-feira, porém o ministro de Defesa israelense, Ehud Barak, classificou o fato como um "grave erro".

Ban chegou nesta terça-feira ao Oriente Médio para participar das negociações de paz entre israelenses e palestinos e tentar fazer que ambos os lados acatassem a resolução por trégua imediata que fora aprovada dias atrás no Conselho de Segurança e que acabou ignorada. Nesta sexta-feira (16), Ban viaja a Ramallah, no território palestino da Cisjordânia, onde deve encontrar-se com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas.

Mídia

O complexo de mídia atingido pelo Exército israelense nesta quinta-feira funcionava no edifício Al Shurouq Tower, no bairro de Al Shuruk, centro da Cidade de Gaza, e abrigava profissionais árabes e ocidentais.

Segundo a agência de notícias Reuters, que possui escritório naquele prédio, a bomba atingiu o imóvel na altura do 13º andar, onde funciona uma produtora de TV --a Reuters fica no 12º. O nome do jornalista ferido não foi divulgado, mas informações preliminares indicam que ele era da TV Abu Dhabi e estaria no 14º andar, no momento do ataque.

Conforme a Reuters, um porta-voz do Exército israelense entrou em contato com o escritório da Reuters em Jerusalém pouco antes do ataque, para confirmar a localização da equipe em Gaza --o que foi feito pela empresa, que recebeu garantia de que não era alvo.

Com France Presse, Efe, Associated Press e Reuters





Fonte: Folha Online

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