Gerente de fazenda confessa assassinato de indígena em Nova Marilândia
O gerente da fazenda onde a líder indígena Parecis, Valmireide Zoromará, 42, foi assassinada na sexta-feira (9), confessou o crime e está preso. Indiciado, Ismael Rosa Lima, 39, disse que matou a índia quando fazia a ronda pela propriedade e viu o grupo pescando em uma das represas. Ele alega ter agido em legítima defesa, após os índios atirarem contra ele.
Segundo o delegado Daniel Lemos Valente, responsável pelo caso, o gerente disse que agiu sozinho e negou que o crime tenha ocorrido a mando do fazendeiro Sebastião de Assis.
A Polícia Civil de Diamantino já havia prendido em flagrante Célio Rodrigues Alves, o "Coronel", 32, após achar em seus pertences uma munição de espingarda calibre 16, a mesma encontrada no corpo da vítima. "Coronel" continua preso por porte ilegal de armas e sua possível participação no crime será investigada. Agora, a polícia quer saber se Lima agiu sozinho e se o crime foi encomendado.
No momento do homicídio, a índia pescava junto com mais 12 pessoas no córrego Cágado, no interior da fazenda de Assis, que fica em Nova Marilândia, nas proximidades da Aldeia Parecis. Além de Valmireide, o marido Valdenir Xavier de Amorim foi ferido.
Desde ontem, cerca de 100 índios estão acampados no local, uma forma de pressionar a Fundação Nacional do Índio (Funai) a passar a apuração do caso para a Polícia Federal. O diretor da Funai de Tangará da Serra, Carlos Márcio Vieira Barros, acredita que a situação seja contornada ainda hoje, sem que haja confrontos.
Para a Funai, o crime ocorreu em razão de disputa por terra. Em 1992, a aldeia foi palco de conflito entre os índios e o fazendeiro, então proprietário da área, que ainda não é demarcada.
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