Cresce números de mortes provocadas por raios no país
O número de mortes causadas por raios no Brasil no ano passado aumentou cerca de 60% em relação a 2007 e foi o maior desde 2001. Em 2008, ocorreram 75 mortes desse tipo, contra as 47 registradas em 2007. O recorde anterior foi de 73 mortes em 2001.
No ano passado, o país teve mais de 60 milhões de raios e a previsão é que a incidência de descargas elétricas mantenha-se no mesmo nível em 2009. Desde o ínício deste mês, o fenômeno natural já causou cinco mortes.
Os números constam de um levantamento do Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT).
De acordo com o coordenador do Elat, Osmar Pinto Júnior, a tendência é de aumento no número de raios nos próximos meses, assim como no risco de mortes.
“A perspectiva é de que se tenha um ano com bastante raios. Eles costumam aumentar em fevereiro e março, com isso, aumenta também o risco de morte”, afirmou o coordenador.
Pinto Júnior explicou que o aumento de raios em 2008 ocorreu em conseqüência do fenômeno La Niña (caracterizado pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico equatorial). Segundo ele, o fenômeno será registrado novamente no verão de 2009.
“Dependendo da evolução desse fenômeno ao longo do verão de 2009, nós poderemos ter mais ou menos raios. Ainda não é possível prever com exatidão. Existe uma incerteza e nós temos que aguardar até o início de fevereiro pra ter uma visão mais completa. Mas a expectativa é que se tenha um verão com muitos raios e talvez com muitas mortes. Com o aquecimento global a tendência é sempre aumentar”, ressaltou.
O coordenador informou que o levantamento foi realizado para identificar as regiões que concentram mais mortes e as circunstâncias em que elas ocorrem para ajudar a população conhecer os riscos trazidos pelos raios.
“As pessoas ao ter conhecimento dessas circunstâncias podem se preparar melhor pra evitar que outras fatalidades venham ocorrer”, explicou o coordenador.
Os dados da pesquisa também vão servir para ajudar a evitar futuras perdas financeiras do país, que gasta cerca de R$ 1 bilhão por ano com os prejuízos causados pelos raios.
Em 2008, o Sudeste teve a maior percentagem (39%) de raios registrados no país (39%), seguido pelo Nordeste (32%), Sul (15%), Centro-oeste (9%) e Norte (5%). O estado de São Paulo ocupou o primeiro lugar com 20 casos, seguido do Ceará (7), Minas Gerais (6), Alagoas (6) e Rio Grande do Sul (5). Do total de casos, 63% ocorreram na zona rural, 22% na zona urbana, 10% em rodovias e 5% no litoral.
No ano passado, a chance de ser atingido por um raio foi de uma em 2,5 milhões.
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